quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Anápolis, orgulho de todos nós!

Desde o instante em que a mula que fazia parte da tropa comandada por dona Ana empacou, se negando terminantemente a prosseguir viagem, sem que antes se descobrisse que na bruaca que portava estava uma imagem de Santana, sinalizando pela atitude do animal, que ali deveria ser erguida uma capela em louvor à santa, iniciou-se a história de Anápolis, a mais importante cidade do interior goiano e uma das mais pujantes do Brasil.

Anápolis foi emancipada em 3l de julho de 1907. Desmembrada de Pirenópolis, nasceu com enorme área territorial formada por terra de cultura e cerrado. Graças ao fácil manejo da terra e privilegiada localização geográfica, o município tornou-se rapidamente em um importante celeiro agrícola-pecuário. No início, com plantio de arroz, feijão e milho, lavouras sazonais, aliado a lavouras permanentes de café e banana, além de magnífica bacia leiteira. Por longo tempo, a principal atividade econômica municipal saía do setor rural. Fortíssimo, ao mesmo tempo, foi sua indústria ceramista.

Aos poucos, principalmente com a chegada da rede férrea à cidade, em 1935, se transformou no principal polo comercial da região central do País. Os principais cerealistas do Estado montaram seus armazéns de compra e venda de cereais em Anápolis. Utilizavam intensamente o mais eficiente sistema de transporte que existia no Brasil. Isso amenizou esvaziamento territorial que enfrentou, com o surgimento de novos municípios saídos do seu território, como Nerópolis, Brazabrantes, Nova Veneza, Damolândia, Ouro Verde, Goianápolis-Teresópolis e, mais recentemente, Campo Limpo de Goiás. De toda área territorial da época da emancipação política, Anápolis conta hoje com menos de um mil quilômetros quadrados.

De maior entreposto de cereais do Centro-Oeste, Anápolis viu essa sua liderança comprometida a partir do instante em que o governo federal entrou na compra de cereais, pela Conab, Cobal e outros órgãos criados pelo governo federal, no controle de estoque para a regulamentação do mercado interno. Os comerciantes, na compra, venda e beneficiamento de produtos agrícolas, se transformaram em grandes atacadistas de produtos alimentícios industrializados.

O prefeito Raul Balduino de Souza, na década de 60, sentindo que havia entre habitantes municipais vocação à atividade industrial, realizou a 1ª Feira Industrial de Anápolis, em 1968. Ao substituí-lo na prefeitura, Henrique Santillo decretou como área de utilidade pública, a fim de desapropriação futura, para instalar distrito industrial do município, local onde se encontra o Daia. Área foi desapropriada no início dos anos 70, pelo governador Leonino Caiado. Foi da autoria de Leonino a Lei nº 7.700, concedendo incentivo fiscal ao setor industrial no Estado. Primeira indústria do Daia, dentro dos benefícios da Lei 7.700, a empresa catarinense Cecrisa. Irapuan Costa Jr. construiu no  Daia a mais importante estrutura dos distritos industriais do Centro-Oeste. Iris Rezende Machado, com a Lei do Fomentar, e Marconi Perillo, com o Produzir, o consolidaram como maior polo industrial goiano. Além do seu poderoso parque industrial, o Daia conta com o Porto Seco do Centro-Oeste. Estrutura-se para abrigar a Plataforma Multimodal. Anápolis, como marco zero da Rodovia Belém-Brasília, promoveu a integração nacional e consolidou a união do povo brasileiro, reforça  essas conquistas quando também será o marco zero da Ferrovia Norte-Sul. Via férrea de integração e união nacional.

Na década de 70, Anápolis recebeu a Base Aérea dos Mirage. Utilizada pela Aeronáutica para a Defesa do Espaço Aéreo Brasileiro. Serviços  ampliados para a Vigilância de toda região Amazônia.

Dois grandes desafios enfrentados por Anápolis aconteceram com Pedro Ludovico ao construir Goiânia, na década de 30, e construção de Brasília, na década de 50, por Juscelino Kubitschek. Homens e materiais de construção para a consolidação dessas duas grandes capitais saíram de Anápolis. Quando muitos profetizavam negativamente que com isso ela se tornaria “cidade-dormitório”, superou-se  desenvolvendo muito mais.

Ao lado dos governadores Iris Rezende Machado e Henrique Santillo, dotamos Anápolis de toda infraestrutura para transformá-la no importante centro educacional que hoje representa. Ainda com Henrique Santillo, dotamos a cidade do moderno e eficiente serviço de esgoto sanitário.

Na política, o município se destacou como a mais importante trincheira dos defensores das liberdades democráticas em Goiás e numa das mais importantes do Brasil, na resistência à ditadura de março de 1964. Os vice-governadores Jonas Duarte e Onofre Quinan, que assumiram o governo; Ursulino Leão, vice de Leonino Caiado; e o governador Henrique Santillo moravam e tinham o domicílio eleitoral em Anápolis. Dezenas de deputados federais e estaduais representaram o município. Senadores e até Henrique Santillo, ministro da Saúde, no governo Itamar Franco, representaram Goiás, a partir de Anápolis.

Anápolis é uma cidade acolhedora. Não se tem notícia de qualquer ato de racismo ou preconceito  contra quem quer que seja. Integrantes de inúmeras nacionalidades, migrantes de todas as regiões do País, nela residem e trabalham, devidamente integrados com os que nela nasceram. É a verdadeira união nacional. União que tem dado certo e produzido frutos importantes para seu desenvolvimento e consolidação.

Parabéns, Anápolis, pelos seus 105 anos de emancipação política.

Salve o bravo povo anapolino!

(Diário da Manhã - 02/08/2012)

Nenhum comentário:

Postar um comentário