segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O PAC está empacado


O município de Anápolis tem sofrido muito com o não andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do governo federal, no ritmo normal programado. Tem trazido inúmeros transtornos à população. Transformando em exemplo péssimo de referência, as ações administrativas de responsabilidade federal.

O já famoso trevo do Daia, na BR-060, entrada para o Distrito Agroindustrial, licitado pelo Denit, em 2010, deveria, de conformidade com o organograma, estar concluído no início de 2011. Depois de realizada a licitação, o Ministério Público Federal descobriu que as firmas que participaram da concorrência pública haviam acertado os preços, numa de cartel, em que a quase totalidade dos itens constantes do edital foram de idênticos valores até nos centavos. Mais de 200 itens. Apenas num a vencedora apresentou valor menor que as demais concorrentes, saindo por isso vencedora. Ao analisar os preços apresentados pela empresa ganhadora da licitação, com auxílio da Polícia Federal, o representante do Ministério Público, que investigava a questão, concluiu que, em comparação com os preços normais de mercado, a obra estimada em R$ 40 milhões estava superestimada em mais de R$ 10 milhões. Com isso o Denit em Goiás não a homologou e ajustou os valores para uma nova licitação dentro do seu real valor. Até hoje não foi iniciada a construção, mesmo já decorridos mais de dois anos.


A Ferrovia Norte-Sul, trecho Anápolis-Uruaçu, programada para ser entregue no final de 2010 ou início de 2011, continua emperrada, sem sair do lugar. Até a fotografia em que o presidente Lula, prefeito de Anápolis, deputados estaduais e federais, vereadores e o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, aparecem no comando de uma locomotiva, anunciando a chegada da ferrovia a Anápolis, hoje só é vista nos álbuns oficiais da prefeitura e da Valec. Fala-se que a CGU estaria concluindo levantamento dos gastos com o serviço já feito, tendo descoberto inúmeras irregularidades que vão de preços a serviços que precisam ser refeitos. O mais certo é que nem 2013 a Ferrovia Norte-Sul esteja concluída.

O Parque Ambiental Horizontal, anunciado que seria construído com recursos repassados pela Valec à prefeitura de Anápolis, que cobriria desde o Central Parque Onofre Quinan, entre a Vila Nossa Senhora da Abadia e Nações Unidas indo até o Polo Centro, próximo ao trevo do Daia, com a descoberta do envolvimento da Delta Construções no esquema de exploração de jogos eletrônicos ilegais em Goiás, o serviço nem sequer foi iniciado. Ficou apenas na festa de lançamento. A Delta Construções, que faria o serviço, ficou cambaleando após a Operação Monte Carlo, perdendo toda a sua força nos esquemas oficiais no Estado.

Trincheira e passarela em construção na BR-153, ligando os bairros Parque dos Pirineus e Jardim Progresso, que deveriam, de acordo com cronograma do PAC, ser entregues no início de 2011, estão totalmente paralisadas. Só 50% dos serviços foram realizados. A empresa responsável pela construção da trincheira, galerias de águas pluviais e iluminação, teria realizado 60% do contrato que possui com o Denit. A responsável pela construção da capa asfáltica teria entrado em recuperação judicial. Por isso, se afastou da obra, onde deixou 40% dos serviços prontos. Enquanto se aguarda a recuperação da que faria o asfaltamento, a outra trabalha em obra estadual, construindo o futuro aeroporto de cargas em Anápolis. Diante disso, o Denit não realizou nova concorrência e não sabe informar quando o serviço na BR-153, ligando dois importantíssimos setores habitacionais do município, será reiniciado. Nestes últimos meses pelo menos 10 acidentes fatais, atropelando principalmente crianças, foram registrados pela polícia naquele trecho.

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