quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fazer bem-feito é o caminho

Publicado na edição de 17/06/2010 do jornal Diário da Manhã

Cora Coralina, em seu livro Vintém de Cobre – meias confissões de Aninha, relata que “a vida é boa. Saber viver é a grande sabedoria. Saber viver é dar maior dignidade ao trabalho. Fazer bem-feito tudo que houver de ser feito. Seja bordar um painel em fios de seda ou lavar uma panela coscorenta. Todo trabalho é digno de ser bem-feito”.

Para que seja bem-feito aquilo a que nos propomos realizar, temos que conhecer em detalhes o trabalho que vamos executar. Além de conhecê-lo, temos que trabalhar com dedicação e zelo. Precisamos acreditar e ter amor na missão que estamos cumprindo.

Quem se propõe a exercitar atividade política no Brasil tem enfrentado constrangimentos, censuras e incompreensões. Pelo desacerto de alguns, mesmo os mais dedicados, têm sido nivelados por baixo. Todos são tidos como desonestos. Atividade política é um trabalho. Trabalho sério. Há os que a realiza bem. Não podem ser comparados aos desonestos, que fazem da atividade um balcão de negócios e instrumento de enriquecimento ilícito.

Por mais de 40 anos participamos da atividade política. Exercemos vários mandatos eletivos. Quase todos conquistamos na oposição. Como deputado estadual e três vezes deputado federal assumimos o compromisso de enfrentar a ditadura, lutando pelas liberdades democráticas. Combatendo o bom combate, nos orgulhamos de ter colaborado, nas pregações em praça pública, tribuna do Congresso Nacional e contatos permanentes com o povo, pelo retorno do País à democracia.

Como secretário da Educação, no governo de Iris Rezende Machado, realizamos concurso público para admissão de professores, em um instante no qual as leis permitiam a escolha dos educadores por indicação política. Vencemos a resistência de companheiros que não concordavam com o concurso. Implantamos o Estatuto do Magistério, elaborado em parceria com o Centro dos Professores Goianos (CPG). Tivemos o apoio do governador Iris Rezende para excluir dos efeitos do decretão de março de 1983 todos os professores que foram atingidos por ele, mas que já trabalhavam nas escolas, estaduais, “segurando vagas”, antes do dia 3 de abril de 1982. Só não foram reintegrados aqueles docentes que não quiseram retornar à rede estadual. Dos 12 mil inicialmente atingidos, apenas algumas dezenas não se reintegraram. Construímos e reformamos escolas por todo o Estado. Criamos seis cursos universitários novos em Anápolis, sendo o embrião para que Henrique Santillo instalasse a Uniana (Universidade Estadual de Anápolis), transformada em UEG (Universidade Estadual de Goiás) por Marconi Perillo. Levamos faculdades de Educação para o Norte do Estado, hoje Tocantins. Construímos e reformamos prédios escolares por Goiás inteiro. Acabamos com os Centros Cívicos, criados no período ditatorial, retornando com os grêmios estudantis livres. Investimos na capacitação dos professores...

Como prefeito municipal realizamos dinâmica administração elogiada até pelos mais ferrenhos adversários. Envolvemos o município no encaminhamento de atividades que beneficiaram a iniciativa privada, como vinda da Hering para Anápolis e instalação do Porto Seco. Além do enorme esforço que fizemos para garantir o Porto Seco, conseguimos junto ao Ministério dos Transportes o aluguel de imóvel pertencente à Rede Ferroviária Federal, no Daia, que estava desativado e iria a leilão. Por ser contrato de órgão público para órgão público o aluguel foi possível. A diretoria do Porto Seco, por instrumento legal, repassava mensalmente à prefeitura as despesas do aluguel. Conseguimos que em um encontro de contas, o governo do Estado ficasse com o imóvel como recebimento de parte do ICMS, devido pela Rede Ferroviária ao governo estadual, consolidando seu funcionamento em Anápolis.

Graças ao Porto Seco, à exceção de Brasília, Anápolis é a cidade do Centro-Oeste e Tocantins com a maior arrecadação de impostos federais. Foram arrecadados em maio 318 milhões e 700 mil reais, via Porto Seco. Passaram por ele 9 mil e 600 veículos importados, no mês passado. O dobro de maio de 2009. Valeu a pena o esforço e sacrifício que fizemos em favor da sua concretização.Com o Porto Seco plantamos o futuro da economia anapolina.

Em política, sendo ela feita com seriedade, os bons frutos podem demorar, mas com certeza chegarão. O importante é fazermos bem a missão que nos cabe.

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