quarta-feira, 18 de julho de 2012

Nova Missão Política No Congresso


Estamos registrando aqui fatos históricos pouco difundidos e, por isso mesmo, desconhecidos da maioria, ocorridos na política goiana durante a ditadura militar.

Eleito deputado federal, participei dos momentos mais dinâmicos do Congresso Nacional. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foi revigorado pela verdadeira revolução pelo voto, feita pelo povo nas eleições legislativas de 1974. Figuras como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Magalhães Pinto, Gustavo Capanema, Jarbas Passarinho, Nelson Carneiro, Franco Montoro, Alencar Furtado, Freitas Nobre e os novatos, como Luiz Henrique, Álvaro Dias, Odacir Klein, Tarcisio Delgado, Paulo Brossard, Itamar Franco, Petrônio Portela, Célio Borja, Marco Maciel e muitos outros, fizeram parte do Senado e Câmara Federal.

Chegamos a Brasília e o MDB já se constituía das correntes moderada e autêntica. Nós fazíamos parte dos autênticos. A maioria dos emedebistas eleitos em 74, para a Câmara Federal, era de conservadores. O mesmo acontecia com os 16 senadores eleitos. Por sermos da primeira legislatura, jornalistas nos conheciam como neoautênticos. Faziam parte do grupo neoautêntico figuras como Odacir Klein, João Gilberto, Tarcisio Delgado, Álvaro Dias, Lidovino Fanton, Airton Soares, Luiz Henrique da Silveira e João Cunha. Os integrantes do grupo neoautêntico deram mais dinamismo às ações oposicionistas na Câmara Federal.

Havia, pelo excesso de voto do MDB e falta de candidatos representativos, bancada de deputados eleitos com diminuta votação. Não estavam engajados com autênticos nem moderados. Fiquei amigo de todos esses parlamentares. Os respaldava nos seus trabalhos em comissões técnicas e plenário. Por serem humildes e eleitos com pequena votação, eram desconhecidos e menosprezados pelas maiores estrelas do partido.

Por exercer, com garra e determinação, o mandato, angariei o respeito e a simpatia da maioria dos companheiros do MDB e demais congressistas. Guindado à condição de vice-líder, participava ativamente das sessões plenárias e reuniões das comissões. Tinha o respeito da imprensa nacional, divulgando, intensamente, minhas atividades parlamentares. Com frequência, participava de encontros nacionais e regionais do Partido. Participei de eventos promovidos por estudantes e dos movimentos culturais e artísticos.

Aproveitando a fase de crescimento do MDB, aos finais de semana, feriados ou dias santificados, organizava o partido nos bairros de Anápolis e Goiânia. Com frequência, viajava aos municípios do interior aonde havia o diretório emedebista e organizando aonde o partido não existia.

Em Anápolis, o vereador Walmir Bastos Ribeiro, realizava, com assiduidade, simpósios estudantis na Câmara Municipal. Colaborei para que figuras como Ulysses Guimarães, Freitas Nobre, Odacir Klein, Jayson Barreto e tantos outros parlamentares de prestígio nacional, participassem dos simpósios estudantis, organizados pelo vereador, na Cidade. Lideranças de todo o Estado vinham a Anápolis participar dos encontros do MDB. Voltavam revigoradas e prontas para a resistência democrática. Anápolis foi o maior reduto oposicionista de Goiás, durante o período ditatorial. Anápolis não deixou esfriar, em instante algum, a luta pela liberdade e democracia. Tínhamos, além de programa de rádio para orientação da população local e municípios vizinhos, a publicação quinzenal do jornal "O Estado," que encaminhávamos às principais lideranças municipais do MDB... (Continua)

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