sábado, 28 de abril de 2012

Henrique Santillo descredenciado do INPS

Registramos no post passado que os governistas, integrantes da Aliança Renovadora Nacional (Arena), vasculharam os arquivos da Prefeitura Municipal com o intuito de encontrar alguma coisa fora do normal que pudesse incriminar o ex-prefeito Henrique Santillo. Acharam, na Procuradoria Municipal, minuta de um decreto de isenção de impostos municipais à Panificadora Bom Jesus, pertencente a amigos do, então, prefeito. Como se tratava, apenas, de minuta, o deputado Elcival Caiado ficou desconsertado na Assembleia Legislativa, ao falar da isenção, com base na minuta. Mesmo que tivesse sido assinada, não seria ilegal, porque havia uma lei municipal que garantia o benefício. Henrique Santillo só não concedeu a isenção porque os empresários eram do seu relacionamento pessoal e político.

Fracassada essa manobra, os arenistas partiram para outros expedientes. Ao passar o comando da Prefeitura de Anápolis para seu sucessor, José Batista Júnior (MDB), o médico Henrique Santillo, voltou a atender no Hospital Santa Paula, onde era um dos seus proprietários. Pediatra, humanitário, estudioso e competente, imediatamente viu seu consultório frequentado por centenas de pais levando os filhos aos seus cuidados.

O Ministério da Previdência e Assistência Social, através do INPS, havia implantado, em Anápolis, um Plano Piloto, que deveria ser estendido à saúde pelo Instituto, para todo o Brasil. O plano estabelecia o número máximo de atendimento mensal por cada médico credenciado. O que passasse do número máximo de consultas era, automaticamente, glosado pelo INPS. O instituto só pagava até o teto permitido. O que passava o médico não recebia.

A maioria dos médicos trabalhava nos 10 primeiros dias do mês, completava sua cota e só voltava a atender pelo instituto de previdência no mês seguinte. Henrique Santillo, independentemente de receber, ou não, atendia todas as crianças que chegavam ao seu consultório. Recebia do INPS apenas o fixado como cota pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.

Com esse diferencial de atendimento, os casos de internação por ele encaminhados eram maiores que os demais pediatras credenciados pelo INPS, em Anápolis. É lógico: se outros médicos atendiam a 100 crianças por mês, e, Henrique Santillo 300, sempre haveria diferença no número de crianças necessitadas de internação. O INPS era dirigido por indicados da Arena, nossos adversários políticos. Denunciaram que Henrique estava internando mais crianças do que o necessário. Faziam comparação com os demais pediatras. Não procuraram saber o porquê daquela diferença. Foi descredenciado pelo Ministério da Previdência.

Foram momentos difíceis. Não podia deixar de atender à população, mas precisava tirar dali, o sustento da família. Como o INPS pagava dois cruzeiros por cada consulta, passou a cobrar de quem tinha condição de pagar, os dois cruzeiros. A maioria, como fazia no atendimento pelo instituto, não pagava nada.

O Sindicato dos Médicos de Anápolis, a Associação Médica e seus colegas foram em caravana a Brasília, protestar contra o seu descredenciamento. Esclarecida a questão, a diretoria do INPS se redimiu, e o Ministério da Previdência o recredenciou.

Foi mais uma tentativa frustrada dos arenistas goianos para enquadrá-lo politicamente ou forçar sua mudança de Anápolis, de preferência para outro Estado... (Continua).

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