quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Deixem Henrique Santillo descansar em paz

No momento em que nos aproximamos do 31 de outubro, quando serão realizadas as eleições no seu segundo turno, marqueteiros do PMDB, partido que ajudei a fundar e ao qual pertenço, resolveram agredir a administração Henrique Santillo. Essa é tática velha, desgastada. Ofendem Henrique Santillo com o intuito de atingir Marconi Perillo. Esse diferentemente da maioria dos seres humanos, faz questão de proclamar onde quer que se encontre a gratidão que tem e sempre teve pelo seu grande líder. Atacar uma pessoa que sempre foi correta e ética no exercício dos cargos e funções políticas que desempenhou não é o melhor caminho para pessoas sérias. Agredir um cidadão que deu sua vida pela democracia e que tanto fez por Goiás, é ato mesquinho.

Lembro-me quando Henrique Santillo foi eleito governador substituindo Iris Rezende Machado, que encontrava-se licenciado ocupando o Ministério da Agricultura no governo José Sarney, várias categorias de funcionários públicos estaduais estavam em greve ou anuciando greve. Nunca denunciou a situação caótica que herdou. Mesmo quando os dois se distanciaram politicamente, não fez qualquer acusação nesse sentido ou afastou os iristas que faziam parte da sua administração. Praticamente 12 suplentes foram por ele elevados à condição de titulares da Assembleia Legislativa sem que houvesse qualquer pressão do governo para que não apoiassem Iris. Henrique Santillo era de uma retidão de comportamento exemplar. Estava decidido a se desincompatibilizar no final de governo, para concorrer ao Senado. Desistiu do seu projeto pessoal para não prejudicar o presidente da Assembleia Legislativa, Milton Alves Ferreira, que o sucederia.

Joaquim Domingos Roriz, vice-governador de Goiás, foi escolhido pelo presidente Sarney para governar Brasília. Com um eventual afastamento do governador goiano, ocuparia a governadoria o presidente da Assembleia Legislativa. Nessa mesma ocasião, José Sarney não honrou os compromissos assumidos verbais e pessoais com Henrique Santillo de financiar o Programa de Pavimentação Municipal - PPM, maior programa de asfaltamento municipal feito por um governador em Goiás. Emitiu Letras do Tesouro Estadual para honrar os compromissos assumidos com as empreiteiras. Foram tornadas nulas por Collor de Melo. Sabendo da crise que viria refluiu da idéia de se afastar do governo, para não passar o problema a Milton Alves.


Com a emissão de Letras do Tesouro Estadual, expediente legítimo e legal, usado por governos municipais e estaduais, Henrique Santillo saldou os compromissos com os empresários que executaram o asfaltamento. As letras emitidas pelo governo goiano, por Sarney não honrar os compromissos, como forma de retaliação por Henrique Santillo ter ficado ao lado de Ulysses Guimarães na campanha de 1989 para a presidência da República, venceriam a longo prazo. Com a posse de Fernando Collor à presidência, baixou decreto considerando nulas todas as letras emitidas e negociadas, obrigando o governo de Goiás a resgatá-las imediatamente, sob pena de fechar extra-judicialmente o Banco do Estado de Goiás, seu avalista. Sem reclamar ou denunciar a perseguição ao seu governo e ao Estado, preferiu ficar no governo até seu termino, resgatando as Letras do Tesouro Estadual que emitira, com recursos do Fundo de Participação do Estado. Essa foi a principal razão de Iris Rezende Machado o substituir encontrando as finanças estaduais descontroladas.

Não se tem notícia de uso indevido de Caixego, Beg, Celg, Saneago ou qualquer outro orgão público, por Henrique Santillo, no exercício das funções e cargos públicos que exerceu. Não se tem notícia de ter ele levantado a voz para acusar aos que o perseguiram de forma ostensiva e veladamente por inveja ou capricho político. Por favor respeitem a memória de quem tanto fez por Goiás e para o Brasil. Quem sofreu calado as maiores perseguições e injustiças por retaliações políticas. Inspirem-se na ética e retidão de comportamento que nortearam todas as ações de sua vida. Só assim poderão viver com a consciência tranquila.

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