tag:blogger.com,1999:blog-88642982394465104242024-03-10T11:10:19.643-03:00Blog do Adhemar SantilloUnknownnoreply@blogger.comBlogger252125tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-33380040521297488072013-03-25T09:59:00.001-03:002013-03-25T09:59:58.112-03:00MORTE DE PADRE PEREIRA DEIXA VAZIO TOTAL !<br />
Faleceu na manhã de hoje em Goiânia, Monsenhor José Pereira de Maria, mais conhecido com padre Pereira! Nascido em Floriano - PI, em 17 de fevereiro de 1927. Lecionou na Escola Nornal Regional de Floriano quando iniciou suas atividades como preofessor! Foi fundador e Orientador Espiritual do Centro Cultural Educacional daquela cidade piauiense e Fundador, com trabalhadores daquela região, do Círculo Operário São José Floriano, em que foi também seu orientador. Nomeado vigário em Oeiras, Piauí ! Posteriormente transferido para Goiânia quando, em seguida, ocupou a Reitoria da Universidade Católica de Goiás!<br />
<br />
Padre Pereira foi um defensor intransigente dos perseguidos pela repressão no perído ditatorial. Teve papel importante na defesa dos excluidos e da preservação do meio ambiente!<br />
<br />
Perdi um grande amigo e conselheiro. Irmão do meu amigo fraterno Marco Antônio Pereira de Maria, o Marcão! Goiás perdeu uma das suas mais ilustres figuras no campo missionário e cultural!<br />
<br />
Padre Pereira será velado na Catedral de Goiânia! Ás 15 horas haverá missa na Catedral, celebrada Por Dom Washington! Seu sepultamento dar-se-á após a misssa no cemitério das Palmeiras, em Goiânia! Goiás amanheceu o dia com um grande vazio! Vá com Deus Padre Pereira! Muito obrigado , por tudo!!!<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-90204917416149152812013-03-25T09:37:00.002-03:002013-03-25T09:37:24.469-03:00Foi impossível fazer política no PT inicial<br />
Assim que tomei conhecimento da manchete do jornal O Popular, em que petistas, sem vivência partidária anterior, vetaram publicamente, pelo jornal, a participação de Roriz e outras lideranças que saíram com o grupo santilista do PMDB, na Comissão Executiva do Partido dos Trabalhadores, que estávamos organizando em Goiás, senti que havíamos chegado ao limite suportável da paciência. As ignorâncias e bravatas de alguns contra humildes companheiros no encontro nacional, no Colégio Sion, em São Bernardo do Campo, foram suportáveis e assimiladas por todos nós. Mas, esse veto a quem trabalhava incansavelmente conosco na formação de um partido competitivo no Estado, já para as eleições de 1982, era mais do que brincadeira de mau gosto. Tratava-se de agressão insuportável. Não partira de gente humilde e despreparada intelectualmente. Aquela informação desastrosa e deselegante foi repassada à imprensa por um grupo tido como bem informado, ideologicamente engajado com os grupelhos trotskistas. Sabia o que queria. Não queria um partido competitivo.<br />
<br />
Se para a organização do partido estávamos tendo que aparar uma aresta após a outra, para disputar a eleição à Governadoria do Estado, as dificuldades e incompreensões seriam insuportáveis. Teríamos que enfrentar a máquina do governo, colocada de forma intensa e contínua a favor da candidatura arenista e, ainda, Íris Rezende Machado pelo PMDB, e tendo que suportar trotskistas descontentes? Não dava.<br />
<br />
Nós, santilistas que abraçamos a proposta petista, já havíamos ultrapassado a fase estudantil. Não estávamos organizando um grêmio estudantil ou diretório acadêmico. Estávamos formando um partido político que entendíamos, nascesse grande e forte em Goiás. Com esse comportamento golpista, pois havíamos decidido que a questão da formação da Comissão Executiva ficaria para após a eleição do diretório, não era possível ficarmos com essa proposta partidária.<br />
<br />
Comuniquei ao Henrique (Santillo) que deixaria o partido e não me filiaria a nenhum outro, até que decidíssemos o caminho a seguir. Tão logo anunciei aos companheiros que me desligaria do PT, a maioria esmagadora não só me apoiou, como seguiu o mesmo caminho. No primeiro instante só ficaram no partido em companhia de Henrique Santillo, que não nos seguiu na primeira hora, o deputado Línio de Paiva e o vereador por Anápolis, Waldivino Pereira. Os outros companheiros que haviam pertencido ao PMDB, todos, sem exceção, acompanharam a minha decisão.<br />
<br />
Algum tempo depois, Henrique Santillo percebeu que a proposta era sectária, estreita, para a organização de um partido verdadeiramente popular, decidiu se desfiliar. Em seguida os companheiros Línio de Paiva e Waldivino Pereira, fizeram o<br />
mesmo. Já fora do PT, e sem um novo partido, continuamos em contato permanente com nossos companheiros de longas jornadas, tanto de Goiânia, como de todo o interior.<br />
<br />
Enquanto isso, a estrutura do antigo MDB se estraçalhava em todos os municípios. Os amigos e companheiros que nos acompanhavam, um verdadeiro batalhão esparramado pelo Estado inteiro, esperavam pela nossa decisão partidária, mas não aceitavam aderir à candidatura de Iris Rezende Machado. Os atritos eram maiores entre iristas e santilistas, que com a Arena, nossa adversária comum. Percebendo que essa divisão estava, cada vez mais, se acentuando e poderia até facilitar uma vitória arenista, pois naquele tempo não havia segundo turno para eleição de governador (ganhava quem fosse o mais votado), decidimos visitar nossos lideres interioranos para que pudéssemos fazer nossa filiação partidária, em massa... (Continua)<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-3495339341857806282013-03-25T09:36:00.002-03:002013-03-25T09:36:28.658-03:00Giannotti confirma nossa desconfiança<br />
Na prática, dos integrantes do grupo santilista, fui o primeiro a sentir, que apesar de Lula nos tranquilizar, dizendo que os grupelhos trotskistas não dominariam as ações do Partido dos Trabalhadores, a realidade era outra. As atitudes tomadas por esses grupos eram todas no sentido de radicalizar ao máximo possível. Não queriam um partido político respeitando as regras democráticas. Para eles, o negócio era revolução popular. Guerra contra os inimigos da Pátria. Luta armada, de forma planejada e organizada, era o caminho. Vi a forma agressiva como atuavam, contaminando toda a militância petista, mesmo a pacifista, até àquele instante. Lula e seus companheiros de direção nacional sabiam disso. Mas, em todas as vezes que conversávamos, ele dizia que “os grupelhos estavam sob controle”. Saímos do encontro certos de que medidas saneadoras seriam tomadas. Acreditamos na palavra do maior líder do Partido.<br />
<br />
No encontro que aconteceu no Colégio Sion, em São Bernardo do Campo, para a fundação do PT nós, parlamentares, estávamos presentes. O senador Henrique Santillo, primeiro integrante do Partido dos Trabalhadores no Senado e os deputados federais Airton Soares (SP); Luiz Cechinnel (SC); Antônio Carlos (MS), Edson Kahir (RJ) e eu pelo Estado de Goiás.<br />
<br />
Pela forma com que fomos tratados na Plenária, sentimos que a alta direção petista não queria desagradar os radicais. Na formação da Mesa que conduziu os trabalhos da Convenção, foram chamados para sua composição Apolônio de Carvalho, os lideres canavieiros Abadia e Manoel Anunciação, alguns intelectuais representados por Welfort e Sérgio Buarque de Hollanda, e lideranças sindicais representadas por Olívio Dutra. Para presidir os trabalhos, Luiz Inácio Lula da Silva. Anunciado pelo cerimonial o nome de Lula, a platéia foi ao delírio. Enquanto, freneticamente gritava: “Um, dois, três, quatro, cinco mil! Queremos Lula, presidente do Brasil!!!” Foi convidado para secretariar os trabalhos, convite abafado pela gritaria dos convencionais, o senador Henrique Santillo. Teve mesmo assim, melhor sorte que nós deputados, que fomos orientados por um dos organizadores do encontro, que ocupássemos cadeiras que ficavam num dos cantos ao fundo do auditório. Mesmo com toda a credibilidade que tínhamos a nível nacional, pela<br />
luta que todos nós travávamos pela derrubada da ditadura, parecia que a direção nacional do PT estava querendo nos esconder da militância ali presente. Majoritariamente, os presentes eram contra a atividade parlamentar.<br />
<br />
Só agora, no dia 10 de outubro de 2012, na sua vinda a Goiás, o professor José Artur Giannotti, um dos mais consagrados filósofos do Brasil, que esteve presente à Fundação do Partido dos Trabalhadores, revelou o ocorrido no dia seguinte à Convenção. Jogou por terra os argumentos de Lula, de que quem mandava no partido era ele, e não os grupelhos. Em entrevista ao jornalista Renato Queiroz, do jornal O Popular, no caderno Magazine, da quarta feira dia 10/10:<br />
<br />
“O senhor causou a ira dos petistas ao dizer que o PT chegou ao poder e virou um partido mole. O senhor continua achando que o partido fracassou?”<br />
<br />
Giannotti: - “Você sabe minha história. Participei da fundação do PT e assinei a ata da fundação do PT no Colégio Sion. Depois pediram para eu passar na sede do Partido para assinar, porque o grupo mais radical achou que tinha muito burguês assinando o documento. Naquele momento achei que já era suficiente a minha militância partidária...”<br />
<br />
Fica assim mais do que clara que, no seu nascimento, quem dava as cartas no PT, não era Lula, mas sim o grupo trotskista. Contra patrões, contra tudo e contra todos...<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-49265928423061614942013-03-25T09:35:00.002-03:002013-03-25T09:35:39.320-03:00Radicalismo petista nacional chegou a Goiás<br />
Após evitar que houvesse agressões aos companheiros Onofre Quinan e Ary Demósthenes, pelos que tinham visão estreita e sectária, sobre o que deveria ser o Partido dos Trabalhadores, decidimos deixar aqueles acontecimentos desagradáveis de São Bernardo para trás, tocando para a frente nossa proposta de organizá-lo de forma abrangente em Goiás. Tínhamos a palavra de Lula: “os grupelhos não interferirão na vida do partido.” Marquei com os deputados, prefeitos, vereadores, lideranças estudantis e trabalhistas para tratarmos da organização do diretório regional.<br />
<br />
Depois de discussão intensa e abrangente, por comum acordo, todos os que faziam parte do diretório do PMDB e que nos acompanharam ao PT, foram incluídos ao diretório petista em organização. Lideranças municipais mais atuantes e representativas. Intelectuais, professores, estudantes e lideranças trabalhistas e comunitárias foram incluídos ao diretório.<br />
<br />
Resolvida aquela questão, passamos a discutir sobre a composição da Comissão Executiva. Todos os presentes, sem nenhuma exceção, optaram que eu fosse o presidente regional do PT. Em seguida, Marcos de Almeida e Martiniano defenderam a tese de que todos os demais cargos da Comissão Executiva fossem preenchidos por intelectuais, professores e outras lideranças fora do grupo político que viera do PMDB. Contraargumentei, que forças políticas exponenciais do Estado, que se dispuseram a fazer parte do Partido dos Trabalhadores, teriam que ser expostas em funções importantes do partido, para que motivassem outros a fazerem o mesmo. Sem que houvesse acordo, decidimos que a formação da Comissão Executiva ficaria para outra oportunidade.<br />
<br />
Com a concordância de todos os presentes, tomamos todas as providências legais para o registro dos membros efetivos, suplentes, integrantes das comissões de fiscalização financeira e ética. Cenário montado para a grande festa. De todas as regiões do Estado, bancando suas despesas de transporte, hospedagem e alimentação, chegavam delegações municipais para a festa de criação do Partido dos Trabalhadores em Goiás. A euforia entre os companheiros era total. Acertei com os companheiros Airton Soares (PT-SP); Antônio Carlos de Oliveira (PT-MS), Edson Kahir (PT-RJ) e Luiz Cecchinel (PT-SC) que viessem à convenção. Jornalistas, correspondentes da grande imprensa nacional em Brasília, confirmaram presença.<br />
<br />
Os trabalhos se iniciariam no sábado e a votação para a eleição do diretório, por meio de todos os filiados ao partido, aconteceria na manhã do domingo. Tudo em paz, sem nenhum tipo de desentendimento interno, aguardávamos o instante de início dos trabalhos. Com todas as medidas para o cumprimento rígido da lei, solicitamos ao Tribunal Regional Eleitoral que designasse o representante oficial da Justiça para acompanhar, em seu nome, as decisões que seriam aprovadas pelos convencionais.<br />
<br />
Na manhã de sábado, dia do início dos trabalhos internos da convenção, fui surpreendido com a principal manchete política do jornal O Popular, que afirmava terem os integrantes do PT, vetado Joaquim Roriz. Não informava a fonte, mas deixava claro que um grupo integrante do PT em formação, não aceitava na Comissão Executiva, nenhum outro político, detentor de mandato. Apenas Adhemar Santillo. Acrescentava a informação, que o restante da Executiva seria de intelectuais, professores, estudantes e líderes sindicais, conforme defendiam Marcos de Almeida e Martiniano, embora a fonte da informação fosse preservada pelo jornalista redator da matéria... (Continua).<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-82289337727706550012013-01-10T10:13:00.002-02:002013-01-10T10:13:26.699-02:00Ataques orquestrados contra empresários<br />
Eu havia acabado de sair, antes da abertura da convenção, de encontro com o comando nacional do PT, para reclamar da atitude agressiva de um represente da delegação petista de Brasília, o Chico Vigilante, que, na abertura dos trabalhos da sua comissão setorial, havia sido contra o ingresso do empresário Onofre Quinan ao PT de Goiás. Onofre, até então, o maior empresário em Anápolis, sempre foi nosso companheiro. Participava do MDB e apoiava nossa luta integralmente. Chico Vigilante se inscrevera, ainda, para falar na plenária do período da tarde daquele sábado, para continuar agredindo Onofre Quinan e sua empresa, a Onogás. Agora, com as informações que Marcos me passara, percebi que se tratava de trabalho orquestrado contra a forma aberta com que estávamos formando o partido em Goiás.<br />
<br />
Para evitar que atacassem companheiros empresários e outras lideranças que estiveram conosco no grupo autêntico do MDB, combatendo de forma eficiente e permanente o regime ditatorial, sem que, ao menos, tivessem condição de se defenderem, pois não se faziam presentes ao encontro em São Bernardo, os procurei para uma conversa.<br />
<br />
Adhemar - Narciso, o que foi que houve rapaz? Por que sua revolta contra quem não busca nenhum benefício pessoal ao ingressarem no PT? Você não está vendo que se esses empresários que nos acompanham há tanto tempo no combate à ditadura, se pensassem em benefícios pessoais, não seria melhor para eles ficarem ao lado do regime dominante? Ao estarem conosco, defendendo os marginalizados, cobrando liberdade e democracia, são prejudicados nos seus empreendimentos empresariais, por perseguições políticas!<br />
<br />
Narciso Sapateiro - Sou a favor de que empresário, mesmo que seja vendedor de pamonha, ou, de amendoim em campo de futebol, não faça parte do nosso PT. Partido do Proletariado. Além disso, o Chico Vigilante me disse que em Brasília a Onogás não fornece uniforme para os trabalhadores...<br />
<br />
Da mesma forma conversei com Escavu, trabalhador rural da região de Itauçu, onde Ary Demósthenes tinha sua cerâmica.<br />
<br />
Adhemar - Escavu, fiquei sabendo que você se inscreveu para fazer acusação ao PT de Goiás por ter recebido o companheiro Ary Demósthenes? Você que trabalha na região de Itauçu, será que não sabe que ele é uma pessoa trabalhadora, que tudo tem feito para derrubar a ditadura? O homem que era cotado pelo próprio governador Mauro Borges, para ser candidato à sua substituição em 1965, antes do golpe militar que o afastou do poder? É uma honra para todos nós termos uma figura assim, mesmo sem nenhuma pretensão eleitoral, quer fazer parte ao nosso lado, de um partido forte e que defenda a classe trabalhadora...<br />
<br />
Escavu - Deputado, só que ele não permite que a gente crie galinhas nas dependências da cerâmica...<br />
<br />
O jeito foi procurar o Paulo, um trotskista mais acomodado, colega de Lula e que organizava os debates para a formação do programa nacional do PT. Reuniu-se com os coordenadores das equipes setoriais, orientando-os que questões políticas regionais ou pessoais a militantes do partido não fossem permitidas. Conseguimos deixar o encontro de São Bernardo do Campo sãos e salvos. O tempo em que lá fiquei foi todo ele gasto em apagar incêndio. Foi uma pequena amostra das dificuldades e incompreensões que viriam pela frente. Confiando na palavra de Lula de que os grupelhos trotskistas seriam controlados, voltamos dispostos a fazer um verdadeiro partido em Goiás.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-2447770527813317812013-01-10T10:12:00.002-02:002013-01-10T10:12:55.099-02:00Aparando arestas<br />
Já plenamente acordada, luzes internas do ônibus acesas, mais de duas horas da manhã, em pleno estado de São Paulo, Nica não estava acreditando no que ouvia e presenciava. Quando Wilmar Cardozo “encheu sua bola”, com adjetivos e mais adjetivos sobre sua trajetória como mulher engajada na luta contra a ditadura e em favor de uma sociedade mais justa, relembrava-se das caminhadas pelos bairros de Anápolis conclamando os amigos, conhecidos e povo em geral para resistir. Não se deixar dominar pelas forças da reação que prendiam, torturavam e humilhavam integrantes do MDB. Ela e os demais integrantes do MDB tudo faziam para enfraquecer a ditadura que tirava o pão e a liberdade dos brasileiros. Sabia que aquilo não poderia prosperar. A única forma para que isso ocorresse era resistir, não se curvar ao poder dos ditadores.<br />
<br />
Wilmar: - Nica, por que você está no PT?<br />
<br />
Nica - Espera aí... Não sei não! Estou no PT porque sigo a liderança de Henrique Santillo e Adhemar Santillo! Eles estão no PT e eu também estou...<br />
<br />
Wilmar: - Sua sem personalidade! Como pode dizer que está no PT porque Henrique e Adhemar estão. Você nem conhece a proposta revolucionária e socialista do PT. Você nunca leu nada sobre o PT. Será que você sabe que somos contra capitalistas? Que somos contra patrões? Que somos a favor apenas da classe operária?<br />
<br />
A partir daquele instante a alegria de participar de excursão política, se transformou num verdadeiro tormento para Nica, Bertolino e Valdivino. O único que não se abateu foi o vereador Walmir Bastos, preso inúmeras vezes pela Policia Federal e pelo Exército. Enquanto Wilmar Cardozo dava aquele verdadeiro esculacho pela resposta simples, sincera de Nica, Walmir dava gostosas gargalhadas, irritando ainda mais o arquiteto locutor. Quando chegaram a São Bernardo do Campo, Valdivino, Bertolino e Nica se negaram a deixar o ônibus. Preferiram irem para o fundo do veículo e amuados no último banco, negavam-se a participar do encontro petista.<br />
<br />
Informado da disposição deles em não descerem para adentrarem ao recinto onde a solenidade acontecia, pelo vereador Walmir Bastos, fui ao ônibus para saber o que havia acontecido. Relataram-me, em detalhes, o ocorrido. Prestei-lhes a assistência que necessitavam e os levei em minha companhia. Ficaram nas últimas cadeiras do auditório. Enquanto isso, fui conversar com lideranças de várias partes do Brasil presentes à convenção do Partido dos Trabalhadores.<br />
<br />
No momento da formação da mesa diretora dos trabalhos, os lideres sindicais, lideranças como Apolônio de Carvalho, Manuel Anunciação e, Abadia, líder dos canavieiros de Pernambuco e muitos outros foram chamados a participarem da mesa. Lula e Henrique Santillo, único senador do Partido dos Trabalhadores, foram chamados ao mesmo tempo. Entraram ao recinto aplaudidíssimos. Lula presidiu os trabalhos e Henrique Santillo os secretariou. Nós, os cinco deputados federais, fomos orientados a ficarmos nas cadeiras que estavam atrás da mesa diretora. Como naquele local, também, estavam instalados os possantes alto falantes, o barulho ensurdecedor nos expulsou em poucos instantes.<br />
<br />
Ao sair, fui abordado por Marcos, da delegação paranaense. Abraçou-me, mostrou sua simpatia ao trabalho que realizava no Congresso Nacional. Acompanhava minha atuação desde o grupo autêntico do MDB e, agora, na liderança do PT:<br />
<br />
Marcos - “Adhemar, os companheiros Narciso Sapateiro e Escavu, são de Goiás?”<br />
<br />
Adhemar - “Sim são de Goiás!<br />
<br />
Marcos - “Se inscreveram para falar contra Onofre Quinan e Ary Demósthenes.” Continua...<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-34842786859285309912012-12-17T08:13:00.002-02:002012-12-17T08:13:22.676-02:00As coisas estão mudando!<br />
Não há nenhuma dúvida, o círculo para candidato ficha suja está ficando cada vez mais apertado. Mesmo que haja uma escapada aqui outra acolá, muita gente foi excluída ou se auto excluiu das eleições municipais deste ano. É verdade que muitos fichas sujas usaram o prestígio que ainda têm com o eleitor, burlaram os efeitos da lei, lançando filhos ou outros integrantes do grupo familiar. Foram eleitos. Mas como nas nossas leis, as penalidades por um determinado crime só atingem a figura do réu, outros ligados a ele, até mesmo filhos, familiares e amigos, são inocentes até que seja provada alguma coisa em contrário; estão garantidos pela própria lei. A eleição de candidatos nessa situação é estranha, mas quem deveria promover essa limpeza seria o eleitor.<br />
<br />
Prova de que a lei evita que praticantes de corrupção, estelionato, peculatos e tantos outros crimes, sejam postulantes à reeleição, mas os partidos políticos deveriam ser os primeiros a excluir das suas listas de candidatos, aqueles que por um motivo ou outro podem ser detectados como um futuro ficha suja. Examinar a vida da pessoa no seu relacionamento comercial e social na comunidade a que pertence pode dar indicativos claros se o cidadão será honesto ou desonesto no desempenho de alguma função eletiva. Neste caso, o partido político deveria ser obrigado a exclui-lo antes de lhe oferecer vaga a qualquer tipo de candidatura, sob pena do presidente do partido ser processado como coresponsável.<br />
<br />
Avançamos muito. O Diário da Manhã, na sua principal manchete da edição de sábado, 13 de outubro, ao noticiar o drama vivido por milhares de candidatos ficha suja, expõe com grande transparência a magistral limpeza que está sendo feita na política brasileira: “Os eleitores brasileiros não sabem se 2.830 candidatos poderão assumir cargos de prefeito, mesmo sendo eleitos no dia 7 de outubro. Depois de aprovados nas urnas, o futuro de vários postulantes a cargos públicos depende agora da Justiça”, noticia o jornal. Sinal dos novos tempos.<br />
<br />
Saudamos com euforia as novas regras. Nas eleições de 2008, a legislação eleitoral não tinha poder para afastar ficha suja. Mesmo aqueles que no desenrolar da campanha cometessem crimes eleitorais, sendo eleitos, raramente perdiam o mandato por condenação pela Justiça.<br />
<br />
Em Anápolis, um vereador foi denunciado pelos quatro integrantes do Ministério Público que serviram às quatro zonas eleitorais do município. A alegação foi a de que ele teria distribuído bilhetes para pessoas concorrerem a milhares de brinquedos, além de bicicletas, mochilas e piscina, numa festa que aconteceria no dia 12 de outubro, após passado o primeiro turno das eleições. No dia 12, Dia das Crianças, conforme o prometido, a festa aconteceu no feirão coberto do Bairro de Lourdes. Mais de 7 mil pessoas compareceram ao evento. O vereador eleito transformou a festa da criança em mais um evento político, ao pedir votos para o candidato da sua preferência: ‘No primeiro turno votamos no 14. Agora nosso candidato é o 13’.”<br />
<br />
O juiz eleitoral de Anápolis, responsável pelo processo, entendeu que as infrações à lei eleitoral haviam acontecido. Como os sete mil eleitores presentes à festa política do dia 12 de outubro, mesmo que tivessem votado na adversária do prefeito eleito, não tirariam a vantagem alcançada pelo eleito nas urnas, o juiz o absolveu. Não lhe foi aplicada qualquer penalidade, mesmo sendo reconhecido em sua sentença que ele fora beneficiado pela distribuição irregular de brinquedos, bicicletas, mochilas e piscina.<br />
<br />
O juiz condenou o vereador. No seu entendimento, os sete mil presentes à festa estiveram em número maior que na sua votação total. Neste caso, o juiz entendeu ter sido ele beneficiado com a distribuição dos brindes e suspendeu seus direitos políticos por três anos. Não cassou seu mandato e nem suspendeu sua diplomação. O vereador recorreu da sentença ao TRE. Está cumprindo integralmente seu mandato de vereador, mas foi candidato a deputado federal em 2010 pelo PTB e candidatou-se a vereador agora, não sendo reeleito.<br />
<br />
Com a Lei da Ficha Limpa, as coisas mudaram. Estamos caminhando com firmeza rumo à volta da credibilidade na atividade política. Agora vai depender muito dos partidos políticos e os eleitores fazer a parte que lhes competem.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-48209291864699809792012-12-10T08:36:00.001-02:002012-12-10T08:36:59.408-02:00Nica se assustou como nunca<br />
Nossos lideres, até aqueles mais experientes como Valdivino Pereira, Bertolino Santana e Nica, que enfrentaram as mais duras perseguições nos tempos mais tenebrosos do regime ditatorial, não estavam habituados a agressões pessoais. Resistiam sem perder a compostura. Naquela viagem, a primeira que faziam em forma de excursão, saíram de casa alegres e preparados para uma nova empreitada. Organizarem um partido que se anunciava diferente. Queriam Henrique Santillo no Governo, por que acreditavam na sua luta e suas propostas administrativas. Seguiam o nosso caminho por que sempre estiveram ao nosso lado enfrentando o regime militar. Já haviam sido presos, mas não abriam mão do ideal de melhores dias para o povo brasileiro. Foram rumo a São Bernardo do Campo felizes e satisfeitos. Era a viagem mais importante de todos eles.<br />
<br />
Nica, nossa companheira de primeira hora na formação do bloco emedebista autêntico em Anápolis, grande líder comunitária dos anos 70/80, moradora no Bairro Nova Capital, me relatou o acontecido e que tanto a tinha desgostado, amedrontando a<br />
turma de Anápolis:<br />
<br />
“Por volta das duas horas da madrugada - disse - estávamos dormindo quando o arquiteto Wilmar Cardoso, pegou o microfone do serviço de som do ônibus, especial para turismo, acordou todos os passageiros. Iniciou, com o serviço de som na maior altura, a fazer entrevista com o pessoal da caravana, que ia para o encontro em São Bernardo do Campo:”<br />
<br />
Wilmar - E, aí, Professor Athos Magno, por que você está no PT?<br />
<br />
Athos - Estou no PT, porque é partido puro! Partido do trabalhador que se encontra explorado por esta minoria capitalista, magnatas burgueses. Sanguessugas do suor e sangue da classe proletária...<br />
<br />
Wilmar - Escavu, esta grande liderança rural da região de Itauçu, por que você é PT?<br />
<br />
Escavu - Sou PT porque acredito na força do trabalho. Já é hora de a gente sair dessa escravidão imposta pelo capital! Vamos operários, rumo ao governo dos trabalhadores...<br />
<br />
Wilmar - Você Narciso Sapateiro, você optou pelo PT por quê?<br />
<br />
Narciso Sapateiro - Como líder em Goiânia, tenho lutado por que acredito na força do povo. Estes exploradores, grandes capitalistas estão com os dias contados. Não resistirão a marcha do proletariado pelas ruas do Brasil inteiro. Fugirão como os ratos fogem quando sentem a presença do gato...<br />
<br />
Wilmar - E, você, professor Martiniano, por que PT?<br />
<br />
Martiniano - Porque o PT é o novo. É a estrela que surgiu no cenário nacional para brilhar mais alto e com maior intensidade. É o povo chegando ao poder...<br />
<br />
Nisso, disse-me Nica, Wilmar Cardoso chegou à poltrona em que estavam ela e seu cunhado Bertolino. Nica sentava-se na cadeira do corredor. Por isso seria a primeira do grupo petista anapolino a ser entrevistada.<br />
<br />
Wilmar - Qual o seu nome?<br />
<br />
Nica - Divina da Silva Rodrigues! Sou mais conhecida por Nica!<br />
<br />
Wilmar - Nica, nome de guerra desta mulher combatente e revolucionária. Nica, mulher à frente das mulheres do seu tempo. Nica, essa guerrilheira e revolucionária para que a classe operária assuma o lugar que é seu. Para que o proletariado assuma o poder no Brasil, expulsando essa elite que nos domina pelas armas e poder econômico... Nica, diga para todos nós, por que você está no PT?<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-5644923769034873682012-12-10T08:25:00.001-02:002012-12-10T08:25:33.186-02:00A imprensa apenas informa acontecimentos do dia<br />
Interessante como agredir a imprensa é o hobby preferido daqueles que são cobrados por ela para que tenham correção nos seus atos, respeito às leis e coerência no comportamento. Algumas figuras que estiveram na linha de frente no combate à ditadura militar que se instalou no País de 1964 a 1985, imaginavam que aquela imagem positiva, de amor às liberdades democráticas e Estado Democrático de Direito, lhes daria salvo conduta para todos os tempos. Que seriam eternizados como benfeitores da humanidade. Seriam inatacáveis, pois haviam sido lideres no combate à ditadura. Nunca serão esquecidos do bem que fizeram pela redemocratização do Brasil. Porém, com o fim do regime de exceção, imperando o respeito à Constituição e à leis, retorno à liberdade de imprensa, todos os brasileiros, tenham ou não participado do combate ao absolutismo que tanto infelicitou a nação, são iguais nos seus direitos e deveres. Não há como gozar de privilégios num País democrático. Aí está o valor da democracia. Cada um vale o quanto pesa. Pelo mérito, coerência, respeito às leis, crescem os mais competentes, esforçados e dedicados. As oportunidades devem e têm que ser iguais. O valor individual é a principal e única medida que deve ser usada e observada.<br />
<br />
Nesse caso do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, é o maior exemplo que que atos heróicos praticados no passado não credenciam ninguém a descumprir a Constituição e as leis. As coisas não podem ser misturadas. Figuras como José Genoino e José Dirceu, foram importantes no combate à ditadura. A história daquela fase triste da nossa história política, sempre há de registrar o serviço que prestaram em favor da liberdade. Essa luta, contudo, não lhes dá direito de abusarem das normas democráticas que regem a sociedade brasileira. Usaram da estrutura do poder comprando apoio de parlamentares e partidos, para aumentar base de apoio ao governo ao qual pertenciam. O mensalão foi isso! Tudo ficou claro, não só na CPMI, como nas votações do Supremo Tribunal Federal (STF).<br />
<br />
Atribuir à imprensa o resultado das votações e condenações de pessoas influentes do Partido dos Trabalhadores (PT), é lhe atribuir força desmedida que ela não tem, e nem pretende ter. A imprensa só não deixou, e isso é seu dever, que os fatos prescrevessem ou caíssem no esquecimento. Tem noticiado os debates intensos e acalorados que ocorrem a cada sessão do STF, mas não influência no seu resultado final. Quando notícia que “o esquema do mensalão foi uma trama contra a democracia,” ou “tentativa do Partido dos Trabalhadores em querer ficar no poder, por dezenas de anos” apenas levam ao conhecimento público o que ministros como Celso de Mello ou Ayres Brito, externaram ao proferirem seu voto sobre os réus, no processo. Fica no entanto a lição: na verdadeira democracia, ninguém está acima da lei. Nem aqueles que num determinado momento praticaram ações históricas e heróicas.<br />
<br />
Da mesma forma, nas eleições agora do 2º turno, em São Paulo, o candidato do PSDB, José Serra experimenta do veneno que seus marqueteiros usaram contra o candidato petista, Fernando Haddad, no primeiro turno das eleições. Para captarem votos, principalmente de evangélicos pentecostais, difundiram nas igrejas e nos programas de rádio e televisão, que Haddad como ministro da Educação, quisera difundir a “Cartilha Anti-Homofobia”, no Brasil. Nesse momento os marqueteiros de Haddad, devolvem a acusação a Serra, que como governador de São Paulo, em 2009, defendera a idéia de distribuir cartilha nas escolas públicas paulistas sobre o mesmo assunto.<br />
<br />
Ao abordar o assunto, segundo o jornal Folha de S.Paulo, do último dia 17, Serra criticou o modo como a imprensa trata o assunto. Após discutir com jornalista da CBN, disse que essa é uma “pauta petista furada”. Depois, falou a jornalista do UOL, do Grupo Folha, que ela deveria “trabalhar com Haddad”. Nos dois casos a imprensa noticia os fatos. Bem melhor que na época da ditadura em que era forçada a esconder os acontecimentos, publicando receitas de bolo ou previsão do tempo! Foi para isso que lutamos. Só desaprova essas conquistas quem não é democrata!<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-90641674682955606472012-12-03T07:51:00.002-02:002012-12-03T07:51:08.433-02:00Enfrentando o radicalismo interno no PT<br />
Nossa presença na organização do PT, em Goiás, alcançou grande repercussão pelo Brasil inteiro. Ulysses não queria que deixássemos o PMDB. Por várias vezes conversamos sobre isso. Nos encontros pelos corredores e plenário do Congresso Nacional. Ele lamentava que tivéssemos deixado o Partido. Ulysses não se cansava de repetir aos jornalistas, do grande serviço que havíamos prestado à causa democrática no Brasil. Tinha a maior admiração e respeito pelo grupo emedebista e depois peemedebista de Anápolis. Mas, ao mesmo tempo, o presidente Ulysses reconhecia como legitima nossa revolta. Sabia da força do grupo autêntico e santilista em Goiás. Torcia para que o grupo chegasse ao governo no Estado.<br />
<br />
Depois de inúmeros contatos com a direção nacional do Partido dos Trabalhadores, chegou o momento de participarmos do grande encontro com militantes do Brasil inteiro, no Colégio Monte Sião, em São Bernardo do Campo. Lula e as mais expressivas lideranças trabalhistas, gente que combateu a ditadura, intelectuais e, nós, parlamentares, nos juntávamos às delegações de quase todos os estados brasileiros, num grande encontro comandado por Lula.<br />
<br />
À exceção de Goiás e São Paulo, representados por lideranças preocupadas em organizarem um partido político diferente, pronto para disputar eleições, os demais estados estavam representados por grupos trotskistas, que detestavam a luta parlamentarista, a luta institucional. Repudiavam o ingresso no partido dos que não fossem operários. Patrão? Nem pensar! Até vendedores de quitanda, churrasquinho ou pamonha, que trabalhavam por conta própria, eram, no entendimento desses grupos, patrões. Tinham que ser vetados. Conviviam e nos respeitavam por que conheciam nossa atuação na Câmara Federal e Senado. Sabiam da nossa ação permanente contra a ditadura. Não se sensibilizavam, contudo, com a via congressual... Queriam, porque queriam, a luta revolucionária. Luta sem acordo ou concessão com a elite dominante. Queriam impor, fosse lá por que meio fosse, a ditadura do proletariado.<br />
<br />
A delegação goiana foi composta de professores, profissionais liberais, intelectuais e lideranças comunitárias urbanas e rurais. Lideres de bairros, principalmente da cidade de Anápolis. Companheiros como os vereadores Walmir Bastos e Valdivino Pereira e, lideres comunitários como Bertolino Santana e sua cunhada Nica, foram a São Paulo, para o encontrão do PT, representando nossa militância. Henrique, a vereadora por Goiânia Maria Dagmar, eu e outros detentores de mandato, ex-integrantes do PMDB, fomos à frente para ajudarmos na organização do evento.<br />
<br />
Nossa delegação, nas primeiras horas da manhã da convenção, chegou ao local do encontro. Valdivino Pereira, Bertolino Santana e Nica, não quiseram descer do ônibus. Fui informado disso pelo vereador Walmir Bastos, que estava no mesmo ônibus. Como se tratava de companheiros autênticos, sem “frescura”, fiquei preocupado. Fui ao encontro deles. O ônibus estava estacionado longe do Colégio Sião.<br />
<br />
Amuados nas últimas poltronas resistiram muito para dizer o que acontecera. O que os levaram a ter receio até de descer, para participarem do encontro. Por fim, Nica, nervosa e trêmula, se dispôs a contar o ocorrido durante a viagem noturna de Goiânia a São Bernardo do Campo:<br />
<br />
- Adhemar você sabe que nós somos amigos seu e do Dr. Henrique. Nós nunca fomos humilhados como fomos nessa viagem. Pessoal esquisito. Não respeita ninguém. Cada um, acha que é mais que o outro. Faço política com vocês há muito tempo, e para dizer a verdade, só estou vendo essa gente pela primeira vez, agora... (Continua)<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-36881349907403278622012-12-03T07:49:00.005-02:002012-12-03T07:49:59.104-02:00PT aprendeu com o mensalão<br />
<div style="background-color: whitesmoke; border: 0px; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 2em;">
O mensalão, cujo julgamento está assustando e indignando muita gente que jamais acreditou que poderosos poderiam ser condenados e correrem o risco de ir para trás das grades, começou com um funcionário dos Correios recebendo propina. Só que tudo foi gravado clandestinamente e levado ao ar pela televisão. Para se defender, o Marinho, pego em flagrante, disse que ocupava a função indicado por Roberto Jeferson, presidente nacional do PTB. Afirmou ainda que todos os comissionados indicados pelo PTB tinham que agir como ele agiu, para fazerem caixa para o partido. Jeferson, da mesma forma, para se desfazer da “batata quente”, denunciou o escândalo do mensalão. Mesmo com maioria esmagadora na CPMI do Congresso Nacional, tendo como presidente o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e relator, o deputado José Serraglio (PMDB-PR), a base governista foi forçada a ter uma atitude isenta, imparcial, dando no que deu. Condenações agora, pelo STF, de João Paulo Cunha, José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares.</div>
<div style="background-color: whitesmoke; border: 0px; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 2em;">
A CPMI do Cachoeira também foi criada para investigar a prática de jogos ilegais por grupos contraventores. Tudo gravado na Operação Monte Carlo, pela Polícia Federal. Fluiu normalmente dentro do imaginado pelos integrantes da base de sustentação do governo, até que apareceram os primeiros resultados das quebras de sigilo telefônico, bancário e fiscal de pessoas e empresas envolvidas no esquema. Chegou-se ao núcleo do grupo. A contravenção passou a ser insignificante diante do envolvimento da Delta Construções e mais 12 empresas fantasmas, descobertas até agora, que abasteciam o sistema de corrupção por esse Brasil a fora. Com os levantamentos em andamento, os desvios, segundo o senador Álvaro Dias (PMDB-PR), ultrapassam os R$ 400 milhões.</div>
<div style="background-color: whitesmoke; border: 0px; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 2em;">
Já escaldados, como acontecido na CPMI dos Correios, que evoluiu para a CPMI do mensalão, a base governista não quer pagar para ver. Prefere até não entregar o relatório do que já foi investigado a prorrogar seus trabalhos, como querem os oposicionistas. No máximo, admitem ampliar o prazo de funcionamento por mais 30 dias. Nada mais que isso. Os independentes e oposicionistas não aceitam essa proposta porque só serviria aos interesses governistas. Por mais evidências e documentos que não param de chegar à CPMI, os mais de 500 requerimentos requerendo convocação de empresários, governadores, prefeitos e políticos ligados ao governo, com indícios claros de envolvimento com o esquema Delta, não serão votados.</div>
<div style="background-color: whitesmoke; border: 0px; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 2em;">
Não havendo mobilização popular para que a CPMI tenha seu curso normal e verdadeiro, ao final, o seu resultado acabará desabando sobre integrantes do PSDB, especialmente sobre o governador Marconi Perillo. Aliás, essa CPMI só entrou em funcionamento porque o Partido do Trabalhadores, por orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, imaginava, e a imprensa noticiou isso insistentemente, uma oportunidade de se vingar de Marconi. Isso porque o governador goiano, depois que estourou o escândalo do mensalão, disse ao presidente Lula que o esquema realmente existia. </div>
<div style="background-color: whitesmoke; border: 0px; font-family: Arial, Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.4em; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 2em;">
Enquanto em Brasília os governistas tudo fazem para evitar o estouro de um escândalo maior que o do mensalão, abafando na marra o prosseguimento dos trabalhos investigativos da CPMI, a CPI da Assembleia Legislativa de Goiás pode se transformar, pela falta de investigação contra prefeitos envolvidos com a Delta, em mais um instrumento para atingir o governador. O deputado Mauro Ruben (PT) já revelou à imprensa “que o relatório da CPI tem que incluir a influência da quadrilha liderada por Cachoeira na Secretaria de Segurança Pública, no Detran e na Agetop”. Era só o que faltava. Já não basta o desgaste político que a CPMI de Brasília pode provocar, por se negar a investigar as mazelas provocadas pela Delta Construções para debaixo do tapete, a de Goiás, onde o PSDB é maioria, não investigou contratos nebulosos de prefeitos aliados do governo federal com a Delta, e ainda corre o risco de colocar o governo goiano mais uma vez na berlinda. De forma negativa.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-28276179156231952492012-12-03T07:49:00.002-02:002012-12-03T07:49:33.340-02:00O apoio decisivo do “padrinho político”Embora tenham predicados – capacidade política, poder de articulação, boa oratória e espírito público – a maioria dos políticos que conquistaram mandato de governador, senador, deputado federal, prefeito e vereador, nas últimas décadas em Goiás, se ancoraram em um padrinho.<br />
<br />
Levantamento feito pelo Diário da Manhã mostra que, nos últimos decênios, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e vereadores foram vencedores nas urnas, graças ao apoio que receberam de seus protetores político-eleitorais, normalmente um influente parente.<br />
<br />
Essa interferência direta do líder político, em benefício de um correligionário ou mesmo de um filho ou filha, ocorre em todas as siglas partidárias, no passado e no presente. E com resultados surpreendentes, não só na época dos “currais eleitorais”, assim como nos tempos atuais, conforme revela esta reportagem.<br />
<br />
A família Caiado, que teve como principal expoente político o ex-senador Totó Caiado, lançou vários políticos desde o início do Século 20 que conquistaram mandatos eletivos em Goiás. Para citar apenas alguns: Emival, Elcival, Edenval, Brasílio, Sérgio e Ronaldo Caiado chegaram à Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Há outros exemplos de caiadistas que fizeram carreiras políticas na UDN, Arena, PDS, PFL e agora DEM.<br />
<br />
Apartir da década de 60, Pedro Ludovico Teixeira, a maior expressão política do Estado e líder do forte PSD, lançou o jovem Mauro Borges, seu filho, na vida político-partidária, que elegeu-se deputado federal, governador, senador e novamente deputado federal. Paulo Borges Teixeira, irmão de Pedro, também chegou à Câmara Federal, pelo voto direto.<br />
<br />
Mais tarde, Mauro Borges elegeu o filho Mauro Borges Júnior deputado estadual e outro filho, Pedro Ludovico Estivalet Neto, vice-prefeito de Goiânia.<br />
<br />
O ex-governador Iris Rezende, outro expoente na liderança política do Estado, também exerceu e exerce forte influência na eleição de correligionários do PMDB e até parentes. Alguns exemplos: em 1994, foi o principal responsável pela eleição de Maguito Vilela a governador e a de Mauro Miranda a senador. Depois, Otoniel Machado chegou ao Senado como suplente do irmão, Iris. Dona Iris Araújo conquistou o primeiro mandato de deputada federal, na garupa e no prestígio do marido. Também o primo, Lívio Luciano, chegou à Assembleia Legislativa.<br />
<br />
O ex-governador Henrique Santillo, que também construiu uma carreira política expressiva em Goiás pelo MDB e PMDB, deu respaldo aos irmãos Adhemar e Romualdo. Adhemar chegou à Câmara Federal e à Prefeitura de Anápolis. Romualdo à Assembleia Legislativa. Mais tarde, Carla Santillo, filha de Henrique, elegeu-se deputada estadual.<br />
<br />
Marconi Perillo, três vezes governador de Goiás pelo PSDB, foi decisivo na eleição do primeiro mandato de senador de Demóstenes Torres (DEM). Mais uma vez, o apoio de Marconi desequilibrou a sucessão estadual e Alcides Rodrigues Filho (PP) conquistou o governo de Goiás. Para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa, Marconi deu respaldo a diversos candidatos vencedores e o exemplo mais destacado é o de Carlos Alberto Lereia (PSDB).<br />
<br />
Maguito Vilela, ex-governador, senador e hoje prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PMDB, turbinou as carreiras políticas do sobrinho, Leandro Vilela, deputado federal, e do filho, Daniel Vilela, deputado estadual.<br />
<br />
Lúcia Vânia, que também conquistou, com brilhantismo, dois mandatos ao Senado da República e três à Câmara Federal, teve em Irapuan Costa Júnior, ex-governador e então marido, o principal cabo eleitoral no início da carreira, na década de 80.<br />
<br />
O ex-governador Ary Valadão foi o responsável pela eleição do professor Anisio de Souza, à Câmara Federal. Maria Valadão conquistou dois mandatos à Câmara Federal, com o respaldo determinante do marido, ex-governador Ary Valadão (PDS).<br />
<br />
Luiz José Bittencourt (PMDB), filho do ex-vice governador José Luiz Bittencourt, elegeu-se deputado estadual e deputado federal.<br />
<br />
O ex-prefeito Hélio Seixo de Brito contribuiu diretamente para a eleição de dois filhos a vereador em Goiânia: Hélio de Brito Júnior e Ronaldo de Brito.<br />
<br />
O deputado federal Jovair Arantes (PTB) lançou o filho, Henrique Arantes, hoje deputado estadual e seu provável sucessor na carreira política.<br />
<br />
Thiago Peixoto, que elegeu-se deputado federal, pelo PMDB, teve como principal “cabo eleitoral” seu pai, o ex-ministro Flávio Peixoto.<br />
<br />
Isaura Lemos (PC do B), deputada estadual, conquistou diversos mandatos tendo o marido, ex-vereador Euler Ivo, como principal “mentor” de suas campanhas.<br />
<br />
Wagner Siqueira Júnior (PMDB) é deputado estadual em primeiro mandato. É filho do ex-deputado estadual e ex-deputado federal Wolney Siqueira.<br />
<br />
Ademir Menezes (PSD) chegou à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, por dois mandatos, com o apoio decisivo do deputado federal e empresário Sandro Mabel.<br />
<br />
Lincoln Tejota (PSD) exerce o primeiro mandato de deputado estadual, com o respaldo dos pais – ex-deputado estadual Sebastião Tejota e da ex-deputada estadual Betinha Tejota.<br />
<br />
Francisco Gedda, deputado estadual em primeiro mandato, tem como principal incentivador o ex-governador Alcides Rodrigues.<br />
<br />
Frederico Nascimento (PSD), também deputado estadual, é filho do ex-deputado Oton Nascimento.<br />
<br />
Flávia Morais (PDT), deputada federal, é esposa do ex-prefeito de Santa Bárbara e Trindade, George Morais.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-1583166836895135942012-11-09T08:41:00.002-02:002012-11-09T08:41:04.383-02:00Carlos Limongi, um obstinado convicto<br />
O juiz da Infância e Juventude da Comarca de Anápolis, Carlos José Limongi Sterse, é obstinado na luta pela reorganização da instituição, a família. Quando juiz em Orizona, cidade da região da Estrada de Ferro, envolveu toda a comunidade urbana e rural na verdadeira cruzada para combate ao vício do álcool e das drogas. Nas pesquisas que tinha em mãos e na sua avaliação pessoal, vício em álcool e drogas eram as causas maiores para a desintegração das famílias.<br />
<br />
Em Anápolis, Carlos Limongi deu dimensão maior ao movimento, com a criação e funcionamento da Associação Cruzada pela Dignidade (ACD), ONG que trabalha pelo fortalecimento da família. Para maior transparência do trabalho e em busca do fortalecimento da associação e solução dos gravíssimos problemas enfrentados por inúmeras famílias anapolinas, realizou na última quarta-feira, dia 10 de outubro, a marcha denominada a Bandeira da Família. De acordo com Carlos Limongi, com isso foram em “busca de, através desse símbolo, reforçar as ações que vêm sendo desenvolvidas pela Associação Cruzada pela Dignidade e demais parceiros. Também é um momento para mostrar que o BEM se organiza. Nós somos parte integrante de uma sociedade que trabalha pelo enaltecimento da família e dos valores éticos, religiosos, filosóficos e morais.”<br />
<br />
Para Limongi, que, além de juiz da Infância e da Juventude em Anápolis, é também presidente de Honra da ONG Associação Cruzada pela Dignidade, a caminhada pelas ruas centrais da cidade na última quarta-feira serviu de instrumento para despertar a atenção de parceiros, entidades, clubes de serviços, igrejas e pessoas da comunidade a se engajarem numa verdadeira Corrente do Bem, através de ações positivas, construtivas e concretas.<br />
<br />
Em Anápolis, segundo o juiz, há famílias totalmente desintegradas. Pai, mãe e filhos, cada um perambulando pela cidade, morando nas ruas, dormindo sob marquises ou bancos de jardins, vivendo sob efeito do álcool e das drogas. “Só mesmo um trabalho efetivo da sociedade para reintegrá-las”, afirma Limongi.<br />
<br />
No levantamento realizado pela Associação Cruzada pela Dignidade, uma das possibilidades seria a união das igrejas de Anápolis, por todas suas denominações, se responsabilizando pelo acompanhamento de algumas famílias que se encontram nessa situação de indigência total. Para os líderes do movimento de organização da sociedade em favor do bem, se cada igreja de Anápolis se dispuser a assumir três famílias dessas que estão praticamente desintegradas pelo vício e miséria, agasalhará todas as que se encontram nessa situação no município.<br />
<br />
Segundo Limongi, com a união de esforços dos que estão preocupados com essa situação desumana em que vivem essas famílias, o problema do momento pode ser resolvido e assim “transformaremos e melhoraremos a nossa sociedade”.<br />
<br />
Lideranças católicas, evangélicas, espíritas, além de clubes de serviço, entidades de classe, sindicatos patronais e de empregados, empresários, comerciantes e comerciários, profissionais liberais e integrantes da sociedade anapolina apoiam a iniciativa da Associação Cruzada pela Dignidade. Estiveram representadas na caminhada “Corrente para o Bem”. Discutem agora de que forma poderão melhor participar. É uma iniciativa da sociedade toda, comandada pelo obstinado Carlos Limongi.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-45950469225990894002012-11-09T08:40:00.001-02:002012-11-09T08:40:20.640-02:00Abrimos mão do PTB e fomos para o PT<br />
Tínhamos conversado com Leonel Brizola, acertando nosso ingresso ao PTB, seu partido. Antes que encerrássemos o acordo, o prefeito de Luziânia, falando em nome dos companheiros do Entorno de Brasília, nos alertou que Brizola, por ter comandado o “grupo dos onze”, em 1964, era estigmatizado na zona rural de Luziânia, maior reduto político do PMDB daquela região. Acompanhariam-nos por qualquer rumo que tomássemos, mas gostariam que não fôssemos para o PTB. As ponderações de Walter Rodrigues não pararam por aí. Em nome da turma, sugeriu que ingressássemos no Partido dos Trabalhadores, fundado por Luiz Inácio Lula da Silva.<br />
<br />
Nós sabíamos que o PT era composto pelas lideranças sindicais mais radicais e abrigava, também, grupos de universitários trotskistas. Lula teria que lutar muito para evitar que seu partido se transformasse numa federação de grupelhos trotskistas. Esses grupos não queriam nada dentro da legalidade. Queriam a luta clandestina. A história desses grupelhos, que pouca participação tiveram no combate à ditadura militar de 1964, era de desprezo total à luta institucional. Pregavam a queda da ditadura pela revolução popular. Autodenominavam-se integrantes das organizações operárias, contra qualquer acordo com patrões. Assim era o PT no seu nascimento. Os grupelhos aceitavam o comando de Lula porque sabiam ser líder carismático e de grande penetração popular. Queriam o Lula, mesmo sem embasamento ideológico. Tinham-no o inocente útil a serviço da causa revolucionária do proletariado.<br />
<br />
Luiz Inácio Lula da Silva dizia aos trabalhadores que os trotskistas estavam sendo aceitos no PT, para atraírem intelectuais e a esquerda mais radical que não aceitavam o PC do B. Para Lula, o partido seria aberto a todas as correntes populares que dele quisessem participar. Nós, diante dessa proposta, fomos em frente. Sentimos que Lula e as demais lideranças que compunham o comando petista queriam, mesmo, organizar um partido para participar como os demais, dentro das regras institucionais.<br />
<br />
Decidimos participar do Partido dos Trabalhadores. Ao lado dos deputados federais eleitos pelo MDB em 1978, Airton Soares (SP), Luiz Cechinel (SC), Antônio Carlos de Oliveira (MS) e Edson Khair (RJ) formamos a primeira bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Federal. Henrique Santillo o primeiro senador do PT, no Senado.<br />
<br />
Reunimos-nos com as lideranças municipais que estavam coesas com nossa prática política em Goiás, partindo para a organização petista pelo Estado todo. Enquanto isso, auxiliávamos Lula na pregação nacional, visitando outros estados, para a formação do Partido dos Trabalhadores. Respeitados pelo comando petista nacional, continuávamos com as visitas aos companheiros de Goiás, levando a candidatura de Henrique Santillo ao governo, em 82.<br />
<br />
Em Brasília, nós, os cinco componentes da primeira bancada petista, nos reunimos e os companheiros me elegeram o primeiro líder do PT na Câmara Federal. Foi um período bastante difícil, como inúmeras ações arbitrárias, principalmente contra Lula e outros líderes sindicais. Usávamos, intensamente, os microfones das sessões plenárias, para, como líder, denunciar as ações violentas e criminosas praticadas contra as lideranças do ABC paulista. O partido ganhava respeito das demais lideranças partidárias no Congresso Nacional e da imprensa que fazia a cobertura dos trabalhos legislativos. Ainda não havíamos nos reunido a nível nacional. Fazíamos encontros permanentes com Lula aguardando a Convenção Nacional do partido... (Continua)<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-57815107311475790492012-10-30T07:56:00.002-02:002012-10-30T07:56:35.443-02:00CPMI poderá chegar aos municípios<br />
A grande imprensa nacional está noticiando que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que está funcionando no Congresso Nacional, durante os 60 dias em esteve de recesso por conta das eleições municipais, recebeu toneladas de documentos, envolvendo a Delta Construções e a Alberto & Pantoja Construções, com prefeitos, principalmente de Goiás, além de governadores estaduais e outras empresas, em atos suspeitos de corrupção. Graças aos sigilos fiscais, bancários e telefônicos quebrados pela CPMI, novas gravações realizadas pela Policia Federal, na Operação Monte Carlo, foram enviadas ao presidente da comissão.<br />
<br />
Esperamos que os integrantes da CPMI prorroguem o seu tempo de duração, para que seja feita essa averiguação dos atos suspeitos e com indício de corrupção, em vários municípios em que a Delta Construções atuava, principalmente aqui na Região Centro-Oeste. Nada mais justo e natural que isso aconteça, pois alguns administradores tiveram seu nome lançado ao questionamento público e nenhuma oportunidade foi dada até agora para que eles se defenderem. Estão mal na boca do povo e precisam se explicar. Nada melhor que comparecerem à CPMI, num debate aberto e pluripartidário.<br />
<br />
Um fato muito estranho, envolvendo a Delta Construções, que por certo não chegou e provavelmente não chegará à CPMI, aconteceu a partir de agosto deste ano, na prestação do serviço de varrição, coleta e armazenamento do lixo no aterro sanitário, em Anápolis:<br />
<br />
Depois de acusada pela Justiça Federal do Estado do Tocantins de ter usado documento falso para participar e vencer a concorrência da limpeza pública em Anápolis, a prefeitura rompeu o contrato com a empresa, assim que as informações com toda documentação chegaram ao Ministério Público em Goiás, e foi aberto o inquérito para apurar a irregularidade.<br />
<br />
Neste ano de 2012 a Delta foi a responsável pelo serviço de limpeza em Anápolis até o mês de julho. Nos sete meses em que trabalhou na execução desse serviço, a Delta recebeu R$ 3.400 mi. A partir de agosto o serviço foi entregue ao Consórcio GC Ambiental, que ficou em 2º lugar na licitação em que a Delta Construções foi a vencedora.<br />
<br />
A partir dessa nova realidade na execução do serviço de limpeza da cidade, ficou comprovado que os preços praticados pela Delta e pagos rigorosamente em dia pela prefeitura, estavam muito acima dos de mercado.<br />
<br />
Hoje a tomar por base os meses de agosto e setembro, executados pelo Consórcio GC Ambiental, a diferença é astronômica. Nas quatro medições oficiais apresentadas pela GC Ambiental, feitas em agosto, constantes do “Portal de Transparência da Prefeitura de Anápolis”, foram gastos R$ 1.7l0.025,15. Em setembro, ainda de acordo com informações oficiais constantes do Portal de Transparência da Prefeitura de Anápolis, as quatro medições custaram aos cofres do Tesouro Municipal, R$ 2.433.461.59. A soma do gasto com a limpeza pública do Município, nos meses de agosto e setembro, com o Consórcio GC Ambiental foi de: R$ 4.143.487,54. O gasto mensal com o serviço de limpeza, depois do afastamento da Delta Construções, passou a ser de R$ 2.071.743,77.<br />
<br />
Só em 2012, a prefeitura municipal pagou à Delta Construções, mês a mês , R$ l.328 mil a mais que o pago mensalmente ao Consócio GC Ambiental. O pago à mais nos meses de janeiro a julho, à Delta Construções, foi de R$ 9.296 mi.<br />
O caso está entregue ao Tribunal de Constas dos Municípios que já investiga a denúncia feita pela Abrelpe, associação brasileira que congrega as empresas que prestam serviço de limpeza aos órgãos públicos, de que a Delta vinha, desde 2010, superfaturando o serviço prestado à Prefeitura de Anápolis.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-90146600619324789882012-10-30T07:55:00.002-02:002012-10-30T07:55:47.229-02:00Decidimos deixar o PMDB<br />
Episódio importante da política goiana, mas pouco conhecido do grande público, aconteceu em 1980, quando da organização do diretório regional do MDB, já com vistas à eleição direta ao Governo Estadual, em 1982. O grupo Santillo, o mais atuante do MDB estadual, foi inexpressivamente representado na chapa elaborada pela Comissão Executiva que comandava o Partido. Ao sermos procurados para apoiarmos o diretório sugerido, dissemos ao deputado João Divino Dorneles, secretário geral, que não concordávamos com a desproporção entre iristas e santilistas na sua composição. Dos santilistas, praticamente, estavam listados os detentores de mandato. Estes, sempre figuraram, obrigatoriamente, em qualquer diretório que se formasse. As lideranças, sem mandato, eram quase todas ligadas a Íris. Como a escolha dos candidatos, principalmente ao Governo e ao Senado, dar-se-ia pela convenção partidária que obedeceria ao comando do diretório regional, ficou claro que uma disputa entre Íris Rezende e Henrique Santillo seria totalmente desigual. Exigíamos aproveitamento de inúmeros companheiros da capital e do interior que ficaram de fora.<br />
<br />
De nada valeram nossas argumentações e protestos. Argumentavam que Íris Rezende Machado, uma das vitimas da prepotência da ditadura, por ter sido grande símbolo das injustiças cometidas pelos ditadores militares contra lideranças políticas goianas, deveria ser candidato do partido em 82, em resposta às truculências que praticaram. Mesmo porque, argumentavam que Henrique Santillo, como senador, tinha mandato até 1986. Como não havia o instrumento da reeleição para Governador, afirmavam que Henrique Santillo seria o candidato à sucessão de Íris. Não nos convenceram. Um racha de grande proporção foi desenhado dentro das hostes emedebistas. Concordávamos, tranquilamente, que os dois, Íris Rezende e Henrique Santillo se mantivessem pré-candidatos e trabalhassem junto aos companheiros, para que a escolha ocorresse na convenção. Só não aceitávamos integrar um diretório parcialmente formado para beneficiar a candidatura de Íris.<br />
<br />
Fizemos uma reunião com companheiros de Anápolis, Goiânia e de todo o interior. Conversamos com Joaquim Roriz; Walter Rodrigues; Joceli Machado; Línio de Paiva; Onofre Quinan; Zequinha Roriz; vereadores; líderes estudantis; intelectuais; professores, líderes sindicais e decidimos que, ou se democratizasse a formação do diretório regional do PMDB, ou deixaríamos o partido.<br />
<br />
Leonel Brizola nos convidou para o PTB. Até aquele momento ainda não havia acontecido a disputa entre Alzira Vargas e Brizola, pelo comando nacional do PTB, cujo desfecho foi favorável a Alzira. O comando do PTB pertencia a Brizola. Ficou certo com Brizola, caso decidíssemos pela sigla do partido trabalhista, essa nos seria entregue e ele viria a Goiás para seu lançamento oficial. Fizemos imediatamente a consulta aos componentes do grupo santilista e aqueles que nos acompanhariam à nova proposta partidária. A proposta foi aceita. A Exceção veio do grupo de Luziânia, comandado pelo deputado Joaquim Roriz e pelo prefeito Walter Rodrigues. Diziam que ingressar no PTB, dirigido por Brizola, tornaria o trabalho difícil, pelos antecedentes de Brizola como incentivador do “grupo dos onze”, no governo de João Goulart. Segundo os companheiros do Entorno, o partido chefiado por Brizola causava arrepios aos líderes rurais. Não era tido como boa companhia. Enfraqueceria o grupo junto ao setor mais importante do eleitorado de Luziânia, o proprietário rural.<br />
<br />
Walter Rodrigues, prefeito do município e porta-voz dos lideres do grupo em Luziânia e toda a região do Entorno de Brasília, sugeriu que fossemos em bloco para outro partido, menos para o PTB. Ouvi as explicações... (continua)<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-38342831880576111882012-10-30T07:53:00.000-02:002012-10-30T07:53:11.759-02:00Com o voto popular e sem comando partidárioA vitória do MDB na eleição para o Senado, em Goiás, com a dupla Henrique Santillo e Juarez Bernardes, motivou toda a base do Partido. Sua chegada ao poder estava mais do que desenhada. De todas as regiões chegavam ao conhecimento do senador adesões e mais adesões ao MDB. Montou-se um competente esquema de comunicação com as lideranças municipais. Jornalistas arregimentados por ele e centenas de colaboradores implantaram o mais completo informativo político impresso até então em circulação no Estado. “Tempo de Luta” não divulgava, apenas, seu trabalho no Senado, mas análises sobre economia e política, com os mais renomados economistas e cientistas políticos do Brasil. Foi, durante muito tempo, o maior instrumento de politização aos emedebistas goianos. Criados diretórios do MDB em praticamente todos os municípios. Momento contagiante da política em Goiás. Companheiros entusiasmados e disposto a prosseguirem a luta. A vitória de Henrique Santillo ao Senado revigorou essas lideranças e as novas que surgiram, se preparando para a eleição direta para o Governo Estadual que, sem nenhuma dúvida, aconteceria no pleito seguinte. O ano de 1982 passou a ser esperado como o ano da grande alavancada rumo à redemocratização do País. A eleição direta para os governos estaduais seria o complemento da derrocada arenista, iniciado com vitórias marcantes do MDB, como a ocorrida em Goiás, no pleito de 1978.<br />
<br />
Mesmo com sua força política inigualável, maior liderança política do Estado, Henrique Santillo não possuía a malícia de políticos profissionais. Nunca se interessou em controlar a máquina partidária. Vencia convenções e eleições sem precisar, ou utilizar-se da estrutura partidária. Na eleição de 78, poucas foram as lideranças que comandavam o partido em Goiás que ficaram ao seu lado. Até Íris Rezende Machado, ainda com seus direitos políticos suspensos, em Goiânia e regiões onde possuía propriedades rurais, trabalhou incansavelmente em favor de Juarez Bernardes.<br />
<br />
Mesmo assim, sem usar da força política alcançada através das urnas, apoiávamos, na reorganização do diretório regional do MDB, os indicados pelos companheiros que comandavam o Partido. Sem vaidade e necessidade de mostrar força, comandando o partido, figurávamos como membros e parlamentares mesmo fora da executiva. Por acreditarmos na força individual, na democracia interna, nunca nos utilizando da estrutura partidária, fazíamos confiando na meritocracia. Combatíamos a ditadura com o maior vigor possível. Erramos estrategicamente, ao não impormos nossa força no comando partidário. Isso ficou claro dois anos depois, em 1980.<br />
<br />
Com a anistia aos atingidos pelo regime de exceção, todos os que haviam sido punidos com a cassação de seus mandatos e suspensão dos direitos políticos, readquiriram o direito de participarem da política e disputarem eleições. Em Goiás, dentre os beneficiados encontravam-se Mauro Borges e Íris Rezende Machado. Foram recebidos com muita festa. Nós, que combatíamos a ditadura, estávamos eufóricos com mais essas vitória obtida. Era a justiça que começava a ser feita.<br />
<br />
Na organização do diretório regional que comandaria a convenção para as eleições de 1982 pelo voto direto, a chapa foi montada pelo comando partidário, com predominância de simpatizantes à candidatura de Íris Rezende, ao Governo. Naquele momento já se sabia que Henrique Santillo, indiscutivelmente, a maior força política goiana, era pré-candidato natural ao cargo.<br />
<br />
Íris Rezende, que retornava ao cenário político, da mesma forma, mostrou seu interesse em ser candidato. Duas grandes forças da política goiana. Coisa natural num regime democrático. O que perdesse a convenção apoiaria o vencedor... (continua)<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-17777702785597560692012-10-22T09:28:00.001-02:002012-10-22T09:28:22.464-02:00O PAC está empacado<br />
O município de Anápolis tem sofrido muito com o não andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do governo federal, no ritmo normal programado. Tem trazido inúmeros transtornos à população. Transformando em exemplo péssimo de referência, as ações administrativas de responsabilidade federal.<br />
<br />
O já famoso trevo do Daia, na BR-060, entrada para o Distrito Agroindustrial, licitado pelo Denit, em 2010, deveria, de conformidade com o organograma, estar concluído no início de 2011. Depois de realizada a licitação, o Ministério Público Federal descobriu que as firmas que participaram da concorrência pública haviam acertado os preços, numa de cartel, em que a quase totalidade dos itens constantes do edital foram de idênticos valores até nos centavos. Mais de 200 itens. Apenas num a vencedora apresentou valor menor que as demais concorrentes, saindo por isso vencedora. Ao analisar os preços apresentados pela empresa ganhadora da licitação, com auxílio da Polícia Federal, o representante do Ministério Público, que investigava a questão, concluiu que, em comparação com os preços normais de mercado, a obra estimada em R$ 40 milhões estava superestimada em mais de R$ 10 milhões. Com isso o Denit em Goiás não a homologou e ajustou os valores para uma nova licitação dentro do seu real valor. Até hoje não foi iniciada a construção, mesmo já decorridos mais de dois anos.<br />
<br />
<br />
A Ferrovia Norte-Sul, trecho Anápolis-Uruaçu, programada para ser entregue no final de 2010 ou início de 2011, continua emperrada, sem sair do lugar. Até a fotografia em que o presidente Lula, prefeito de Anápolis, deputados estaduais e federais, vereadores e o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, aparecem no comando de uma locomotiva, anunciando a chegada da ferrovia a Anápolis, hoje só é vista nos álbuns oficiais da prefeitura e da Valec. Fala-se que a CGU estaria concluindo levantamento dos gastos com o serviço já feito, tendo descoberto inúmeras irregularidades que vão de preços a serviços que precisam ser refeitos. O mais certo é que nem 2013 a Ferrovia Norte-Sul esteja concluída.<br />
<br />
O Parque Ambiental Horizontal, anunciado que seria construído com recursos repassados pela Valec à prefeitura de Anápolis, que cobriria desde o Central Parque Onofre Quinan, entre a Vila Nossa Senhora da Abadia e Nações Unidas indo até o Polo Centro, próximo ao trevo do Daia, com a descoberta do envolvimento da Delta Construções no esquema de exploração de jogos eletrônicos ilegais em Goiás, o serviço nem sequer foi iniciado. Ficou apenas na festa de lançamento. A Delta Construções, que faria o serviço, ficou cambaleando após a Operação Monte Carlo, perdendo toda a sua força nos esquemas oficiais no Estado.<br />
<br />
Trincheira e passarela em construção na BR-153, ligando os bairros Parque dos Pirineus e Jardim Progresso, que deveriam, de acordo com cronograma do PAC, ser entregues no início de 2011, estão totalmente paralisadas. Só 50% dos serviços foram realizados. A empresa responsável pela construção da trincheira, galerias de águas pluviais e iluminação, teria realizado 60% do contrato que possui com o Denit. A responsável pela construção da capa asfáltica teria entrado em recuperação judicial. Por isso, se afastou da obra, onde deixou 40% dos serviços prontos. Enquanto se aguarda a recuperação da que faria o asfaltamento, a outra trabalha em obra estadual, construindo o futuro aeroporto de cargas em Anápolis. Diante disso, o Denit não realizou nova concorrência e não sabe informar quando o serviço na BR-153, ligando dois importantíssimos setores habitacionais do município, será reiniciado. Nestes últimos meses pelo menos 10 acidentes fatais, atropelando principalmente crianças, foram registrados pela polícia naquele trecho.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-68667645782126205612012-10-16T09:36:00.001-03:002012-10-16T09:36:17.002-03:00Líder se consolida com o casuísmo político<br />
Estamos registrando, para historiadores do futuro, acontecimentos políticos verificados durante a ditadura militar de 1964, e que não foram registrados, pela severa e implacável censura à imprensa existente à época. Tempo em que o idealismo e a coragem realçaram o trabalho de um grupo de jovens, que a partir de Anápolis, montou a maior trincheira da “resistência democrática”, em Goiás. Políticos novos, sem os vícios da corrupção, originados, na maioria das vezes, pelo exercício do poder, que tinham como único objetivo, derrubar o regime ditatorial implantado no País a partir do golpe de março de 1964. Grupo que dia a dia sentia as violências da ditadura contra seus integrantes. Gente humilde e idealista sendo presa, torturada, processada e, até, cassado por defender as liberdades democráticas. Perseguições que aconteciam por que não se dobravam aos desmandos autoritários e arbitrários. Por mais que fossem perseguidos, não abriam mão do ideal democrático. Grupo que honrou as tradições de luta da gente Anapolina.<br />
<br />
A eleição de Henrique Santillo para o Senado foi o divisor de águas na política goiana. O episódio, por acontecer no momento da maior crise política enfrentada pelos detentores do poder, não foi, até agora, melhor analisado por cientistas políticos. Henrique Santillo, ao contrário do acontecido em 1974, quando Lázaro Barboza se elegeu senador num verdadeiro golpe de sorte, venceu o pleito de forma consciente. Para isso, ele e Juarez Bernardes enfrentaram os maiores casuísmos utilizado pela ditadura.<br />
<br />
Em 1974 com o horário político pelo rádio e televisão sendo usado ao vivo, Lázaro Barbosa, arregimentou dia a dia, milhares de simpatizantes. Nós, candidatos a deputado estadual ou federal, reforçamos sua candidatura de forma intensa. O transformamos de candidato simbólico, de início da campanha, no grande vitorioso. Essa liberdade de manifestação pelo rádio e televisão, fortaleceu a todas as candidaturas ao Senado pelo MDB. Até mesmo, só para marcarem posição, não deixarem o partido sem uma candidatura ao Senado, o MDB cresceu assustadoramente durante a campanha eleitoral, elegendo candidatos que jamais pensaram em vencer uma eleição. Em 1974 foram 16 senadores eleitos pelo MDB.<br />
<br />
Em 1978 foi diferente. Das duas vagas ao senado que seriam preenchidas, uma foi transformada em biônica. Apenas uma foi preenchida com o voto do povo. No caso goiano, o MDB que preparara Henrique Santillo e Juarez Bernardes, as duas maiores lideranças das oposições no Estado para a disputa em sublegenda ao governo, com o “pacote de abril” eliminando a eleição direta para governador, viram o sonho de chegar ao Governo ser, mais uma vez, adiado por casuísmos de última hora. Henrique e Juarez, as maiores lideranças do MDB, disputaram a vaga para o Senado. A Arena lançou representantes de todas as suas correntes: Senador Osíres Teixeira, deputado federal Jarmund Nasser e ex-prefeito de Anápolis, Jonas Duarte.<br />
<br />
A vitória do MDB nessa eleição de 1978, com todos os casuísmos utilizados pela ditadura, transformou o partido na maior força política em Goiás. Vencer a eleição usando, apenas, o currículo na televisão e rádio foi violento retrocesso. Por pragmatismo e oportunismo político centenas de lideranças deixaram o MDB para se aglutinarem à Arena. O “pacote de abril” acabara com eleição direta para os governos estaduais. Faltava dinheiro para a campanha. Só com muita garra, idealismo e convicção na resposta popular, para enfrentar esses obstáculos. Henrique foi mais votado que Juarez. Focou claro que a oposição em Goiás era mais forte que a Arena, e Henrique Santillo, sua maior liderança. Estava confirmado que qualquer eleição majoritária que acontecesse em Goiás, o MDB sairia vencedor e o senador por Anápolis, seu candidato natural...<br />
<br />
Adhemar Santillo foi fundador do MDB; deputado estadual; três vezes federal; duas vezes prefeito de Anápolis e secretário estadual da Educação. E-mail: adhemar@santillo.com<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-9829450088085118012012-10-10T16:09:00.002-03:002012-10-10T16:09:11.373-03:00Consolidando candidatura e conquistando Goiás<br />
Anápolis teve papel relevante na derrubada da ditadura de 1964. A vergonha que alguns políticos nos passam no momento manchando o nome honrado do seu povo, deverá ser superada rapidamente. Anápolis é maior que qualquer crise, por mais desmoralizante que seja. Já vivemos momentos melhores.<br />
<br />
Voltemos à história que honrou as tradições anapolinas: decidido que o advogado Hélio Roriz seria candidato à suplência de Henrique Santillo a uma das sublegendas do MDB ao Senado, os companheiros do Entorno de Brasília, comandados pelos emedebistas de Luziânia, se agregaram à candidatura santilista e a defenderam com garra e determinação.<br />
<br />
O acordo que fizemos com Joaquim Domingos Roriz e o diretório do MDB local, para que houvesse tratamento em igualdade de condições aos candidatos do partido ao Senado, sensibilizou a população de toda região. Henrique Santillo se transformou imediatamente no maior líder político do Estado. Hélio Roriz, conceituado advogado, membro influente do MDB local, trabalhou incansavelmente em toda região.<br />
<br />
Por outro lado, eu que abrira caminho para a consolidação da candidatura de Joaquim Roriz a deputado estadual, em várias regiões do Estado, mesmo sem pleitear apoio à minha candidatura a deputado federal na região, por interferência de Roriz fui escolhido pelos companheiros de Luziânia e região do Entorno que apoiavam Joaquim Roriz, como candidato oficial do MDB.<br />
<br />
Consolidada a região do entorno de Brasília partimos para fortalecer a candidatura de Henrique Santillo nas regiões da Estrada de Ferro, Vale do São Patrício e Médio Norte Goiano, de Uruaçu a Porangatu. Nosso prestigio nessa região era imenso. Nosso maior esforço se concentrou no Médio Norte. Por termos participado da organização do MDB em Uruaçu; Campinorte; Campinaçu; Mara Rosa; Mutunópolis; Estrela do Norte; Santa Tereza, Formoso e Minaçu, gozávamos de enorme prestígio e popularidade em toda a região. Nosso principal aliado nesse trabalho era o deputado estadual Juarez Magalhães.<br />
<br />
Em Mara Rosa a maior liderança emedebista era José Maurício. Fundador da cidade e do distrito de Maralina, hoje município. Embora mais ligado a Juarez Bernardes do que a Henrique Santillo, terminou optando pela candidatura Santillo atendendo à nossa solicitação. No dia da convenção para a escolha dos candidatos que representariam Mara Rosa, nas eleições de 1978, José Maurício me relatou que o MDB de Mara Rosa apoiaria Juarez Magalhães para deputado estadual, Adhemar Santillo para a Câmara Federal e Juarez Bernardes para o Senado.<br />
<br />
Advoguei apoio a Henrique Santillo. Disse-me que a família Santillo estava representada em Mara Rosa, pelo apoio que o município daria à minha candidatura a deputado federal. Argumentei que preferiria, se a questão era apoiar apenas um Santillo, mesmo com toda ligação que tinha com o povo daquele município, que apoiassem a Henrique Santillo ao Senado e colocassem outro deputado federal para me substituir. Com essa minha ação, o diretório decidiu apoiar Juarez Magalhães, Adhemar Santillo e Henrique Santillo.<br />
<br />
Assim, com nosso trabalho em toda a região, as principais lideranças emedebistas, declararam apoio a nós três. A exceção ficou por conta de Formoso onde o prefeito Nelinho e todo diretório do MDB ficaram com Juarez Bernardes, José Freire e o candidato a deputado estadual Epitácio. Ao nosso lado em Formoso, ficou a vereadora Nilda Mota Lucindo, à época, a maior liderança feminina do Médio Norte. (Continua...)<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-74195212162636288102012-10-10T16:05:00.001-03:002012-10-10T16:05:12.933-03:00Nascer, crescer e morrer!<br />
As leis naturais mantêm seus enunciados, seus componentes imutáveis, mesmo com o decorrer do tempo. Assim, quando analisamos os fenômenos ocorridos na evolução natural das coisas, constatamos que o normal é nascimento, crescimento, reprodução e morte de todas as coisas. São ciclos normais na vida de animais, plantas e ocorrências de fenômenos e atividades humanas. Doenças que no passado exterminaram milhares de pessoas, como hanseníase, peste bubônica, tuberculose, estão hoje sob controle absoluto. No plantio de alimentos, caso não haja cuidado por parte do agricultor, o mato, erva daninha e pragas impedem nascimento, crescimento e produção normal do seu roçado. Carros, navios e aviões estão cada vez mais sofisticados, confortáveis e rápidos a serviço do aperfeiçoamento da ambição ou necessidade humanas. Pode-se dizer que nessa caminhada da humanidade a evolução é um fator natural e permanentemente perseguido por alguns e acompanhados pelo povo.<br />
<br />
Assim também tem ocorrido com nossas obrigações tributárias. Na época do Império, Tiradentes foi enforcado porque, dentre outras coisas, não concordava com os impostos cobrados pelo Rei de Portugal. As colônias, como o Brasil, eram obrigadas a pagar à realeza o equivalente a 20% do que produziam. Hoje, a cobrança de impostos aumentou, quase dobrou. Naquele tempo, os 20% levaram os inconfidentes mineiros às mais severas punições. Hoje esses encargos tributários aos que produzem e trabalham no Brasil estão em mais de 34% da sua renda. Evolução também tem sido muito rápida e avassaladora na moral e ética, principalmente dos que militam na atividade política.<br />
<br />
Quando cheguei à Câmara Federal, em 1975, conheci Cantídio Sampaio (Arena-SP), que fora líder na Assembleia Legislativa Paulista, do governador Adhemar de Barros (PP). Era vice-líder da Arena e eu vice-líder do MDB. Num dos intervalos de uma sessão plenária, nos contou um fato interessante ocorrido na administração adhemarista:<br />
<br />
“Naquela época, a televisão não possuía a força de hoje. Praticamente só existia no eixo Rio-São Paulo. O forte, para comunicação de massa, era o rádio. Para renovar sua frota de veículos do Estado, o governador paulista conduziu as cláusulas do Edital de Concorrência para a General Motors. Os comentários foram intensos. Só se falava na negociata patrocinada por Adhemar de Barros, favorecendo a Chevrolet.”<br />
<br />
De acordo com a sua narrativa, “Adhemar não queria contato com a imprensa. Principalmente com um repórter da Rádio Record, que, ‘furão’ e destemido, fazia as perguntas mais indiscretas aos entrevistados. Mas numa noite, festa de gala da sociedade paulistana, o governador foi à inauguração de um teatro, onde seria homenageado pelos artistas. Ao chegar ao recinto, depois dos cumprimentos formais, foi lhe dada a palavra para o discurso de inauguração. Quando Adhemar de Barros terminou os cumprimentos aos organizadores do evento e autoridades presentes, o repórter Marronzinho, microfone em punho, misturou-se aos convidados e de supetão:<br />
<br />
– Governador, para o senhor, o que quer dizer negociata?<br />
<br />
Sem nenhum constrangimento, Adhemar de Barros respondeu:<br />
<br />
– Para mim, negociata e todo bom negócio, do qual a gente não participa !”<br />
<br />
O pensamento e comportamento de muitos políticos hoje são os mesmos adotados pelo ex-governador de São Paulo, mas que a modalidade e tamanho da corrupção aumentaram não há dúvida. Para colocar a ética na política e conduta dos desonestos no rumo certo, surgem o ministro relator do Mensalão no STF, Joaquim Barbosa, e a maioria dos integrantes do Supremo. Como os cientistas e médicos que, depois de milhares de mortes por pestes e males tidos como incuráveis, conseguiram o milagre da cura, os ministros prometem pôr um freio, acabar mesmo, com esse cupim que não para de crescer e corrói as bases que dão sustentação à República. Felizmente não há mal que cresça e perdure indefinidamente. Para todos os males, mais cedo ou mais tarde, sempre aparece um remédio apropriado!<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-79796920821764703452012-10-04T09:30:00.001-03:002012-10-04T09:30:45.018-03:00Os empresários e a política<br />
As empresas funcionam como componentes de um sistema que é gerido pelo poder político. Assim, quanto menor o interesse dos empresários pela atuação dos políticos, mais distorções estes podem impor ao sistema, levando à deterioração do ambiente econômico, como ocorreu no Brasil dos anos sessenta e oitenta. Em nossos dias, o final melancólico do governo Berlusconi e o agravamento da crise em outros países europeus devido a má gestão da economia levaram um jornalista italiano a dizer que “os estadistas construíram a União Européia, os políticos a estão destruindo”.<br />
<br />
As consequências das crises de ontem e de hoje são nefastas: prejuízos incalculáveis para as empresas e grande sofrimento entre os trabalhadores, que amargam a perda do emprego ou têm os salários reduzidos. Assim, ainda que os empresários não participem como candidatos, sua presença na política é indispensável porque deles são as iniciativas que criam a riqueza, gerando empregos e pagando impostos. A omissão dos homens de negócios nas disputas eleitorais e nos debates que precedem as decisões do poder público favorece a ascensão dos demagogos e aventureiros que prometem o irrealizável, insinuam confrontos quixotescos e desperdiçam o dinheiro dos contribuintes com medidas ineficazes e obras intermináveis, mantendo colaboradores ineficientes e corruptos.<br />
<br />
Empresários e políticos devem interagir para resolver os problemas da economia e promover o desenvolvimento da educação, da pesquisa científica, das inovações tecnológicas, induzindo a modernização das cidades, potencializando as ações dos governos estaduais e a transformação do país. As empresas não são intrinsecamente más como acreditam os ideólogos do igualitarismo ingênuo. A propriedade privada dos meios de produção constitui um meio de outorgar autonomia aos indivíduos dotados de espírito empreendedor e capacidade de liderança para gerir as atividades produtivas, agregando renda e incrementando o consumo com a redução da pobreza e melhora das condições de vida de toda a população.<br />
<br />
O empresário moderno não é um simples explorador da força de trabalho. Ele é visionário, estrategista e inovador. O lucro e a expansão de suas atividades energizam o sistema econômico, o qual tem por finalidade atender os indivíduos de todas as classes sociais segundo a capacidade de interagir das pessoas e o nível de desenvolvimento das comunidades. Por isso, Henrique Santillo, então prefeito de Anápolis, ao perceber os sinais de esgotamento do primeiro ciclo industrial da cidade, proclamou de utilidade pública a área onde se instalaria o distrito agro-industrial. E Marconi Perillo, no limiar do seu primeiro governo, constatando a estagnação do DAIA, empenhou-se com seus auxiliares na atração de novas empresas para manter o desenvolvimento do município de conformidade com sua vocação.<br />
<br />
A corrupção não é, portanto, inerente aos negócios e ao exercício do poder público, mas desvio ocasional, acentuado pelas circunstâncias e suscitado pela disposição da ilicitude e as imperfeições do arcabouço institucional. Do exame dos fatos deve-se inferir que o pessimismo ocasionado pelo mau comportamento de alguns empresários e políticos não se justifica em face da necessidade de convergência do esforço dos homens públicos e do poder realizador da iniciativa privada para promover o desenvolvimento com a multiplicação das oportunidades de satisfação das necessidades humanas no âmbito da vida material, afetiva e comunitária.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-37364705317668712362012-10-03T15:09:00.002-03:002012-10-03T15:09:39.559-03:00Entre a saúde pública e o planetário<br />
Há um velho provérbio que diz que “uma boa imagem vale mais que mil palavras”. Até hoje não surgiu algum outro método de avaliação dos acontecimentos que pudesse superar essa verdade. Ela tem sido tão resistente às transformações sociais e tecnológicas quanto a aritmética, ciência exata ao garantir que 2 + 2 = 4. No passado, hoje e no futuro, sempre 2+2 serão 4. Vamos a exemplos práticos das imagens que falam mais que longos discursos.<br />
<br />
Quando Iris Rezende Machado chegou ao governo em 1983, para a Secretaria da Fazenda indicou Osmar Cabral. Preocupado com a evasão de Imposto de Circulação de Mercadorias (ICM), agiu com rigor, principalmente nos postos de fiscalização das estradas, fazendo uma verdadeira operação “pente-fino”. O mesmo tratamento dispensou aos comerciantes. Logo a fama correu que o governo Iris (PMDB) não perdoava ninguém. A oposição gritava, os contribuintes atingidos reclamavam pelo rádio e televisão. Era uma chiadeira danada! Foi aí que um cartunista produziu charge descrevendo a questão, de forma bem-humorada. Numa encruzilhada qualquer de Goiânia, umbandistas foram fazer despacho. Quando sacrificaram a galinha preta e abriram a garrafa de pinga (aguardente), surgiu o fiscal da Receita estadual com o famoso bloquinho e aplicou a multa pela ausência de notas fiscais para a galinha e a cachaça. A repercussão foi imediata e pelo Estado todo.<br />
<br />
Outro fato marcante dentro desse tema ocorreu por ocasião das eleições gerais de 1998. O PMDB reinava em Goiás de maneira soberana, total mesmo. As oposições se aglutinaram em torno da candidatura do deputado Roberto Balestra. Sua candidatura não alavancava, enquanto a de Iris Rezende crescia sem parar. Balestra refluiu do seu projeto de disputar a governadoria, disputando mais uma vez cadeira para a Câmara Federal. Quase que para o sacrifício, em sua substituição, surgiu o nome do deputado Marconi Perillo. Enquanto isso, ciente da sua força esmagadora e confiando numa vitória arrasadora, Iris lançou sua esposa, Iris de Araújo, para ser suplente de Maguito. Foi buscar em Jataí, terra de Maguito, o deputado Romilton Morais, primo do candidato ao Senado, para ser seu companheiro de chapa como candidato a vice-governador. A oposição escreveu artigos para jornais e revistas, concedeu constantes entrevistas, realizou comícios por todo o Estado, criticando a “panelinha peemedebista”. Quanto mais batia, mais Iris c<br />
rescia. Iniciado o programa eleitoral pelo rádio e televisão, a equipe de marketing de Marconi contratou o humorista Nerso da Capitinga, que se transformou na grande estrela do “moço da camisa azul.” Com aquele jeitão simplório, colocando pé de frango, costela de porco, pescoço de pato dentro da caçarola roceira, e falando da panelinha, Iris e o PMDB não resistiram.<br />
<br />
Na campanha de Anápolis, a grande queixa da população com a atual administração tem sido as falhas existentes no setor de saúde pública. Todos os candidatos adversários do prefeito usam os horários dos programas de rádio e televisão para comentarem a crise por que passa a saúde pública municipal. Não tem alcançado nenhum resultado positivo. Continuam lá embaixo nas pesquisas de intenção de votos. Gritam contra a política de construção e reformas de praças, com chafariz esguichando água para cima dia e noite. Não tem adiantado. É pregação no deserto! Essa semana o deputado José de Lima, um dos candidatos adversários do prefeito, visitando o Hospital Municipal, encontrou por lá ambiente de caos total. Uma mãe desesperada, filho de dois anos ao colo, febre altíssima, tossindo muito, já não tinha fôlego nem para chorar. Transtornada, gritava por atendimento. Nada de ser atendida. A chegada do deputado foi saudada com euforia por todos. A mãe logo gritou do meio da multidão<br />
<br />
– Deputado, o que o senhor vai fazer?<br />
<br />
– Vou fazer muitas praças. Vou construir uma grande praça que vai esguichar água até na lua...<br />
<br />
A frase dita pelo deputado José de Lima, integrante da base aliada do governador Marconi Perillo, pode não lhe render votos, mas já é a mais comentada em Anápolis.<br />
<br />
O deputado ainda não sabia que esguicho não, mas está sendo instalado um Planetário na Praça Jamel Cecílio, na divisa dos bairros JK-Nova Capital, para que a população possa ver a lua, planetas, estrelas e asteroides, com mais detalhes que a observação a olho nu.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-63310219603896127522012-09-26T08:19:00.002-03:002012-09-26T08:19:58.515-03:00Genética no poder<br />
A presença de parentes em disputas políticas é elemento de estudo de sociólogos e cientistas políticos, pelo significado de busca pela hegemonia no poder e de exemplo pela proximidade nos círculos familiares. Em Goiás são pródigos os exemplos de parentes que se sucedem nos cargos políticos e até se confrontam em disputas.<br />
<br />
A premissa para disputar cargos eletivos é prevista na legislação como sendo brasileiro, maior de 18 anos e estar em pleno gozo de seus direitos civis e políticos. Entretanto, para alguns militantes da política, o parentesco é fundamento essencial para lograr êxito na atividade, quer administrativa ou legislativa.<br />
<br />
O mais comum é alguém com pretensões políticas ingressar na vida pública primeiro e despertar o interesse de parentes depois. Diante da perspectiva de exercer um cargo de relevância e ter o poder ao alcance das mãos os demais parentes lançam seus nomes à consulta popular através do voto.<br />
<br />
Dessa forma os casos de familiares na política são bem representativos e repetitivos. Os irmãos Santillo: Henrique, Adhemar e Romualdo estiveram na ribalta política dos anos 1970 e 1980 e somente o segundo ainda tem alguma presença. Henrique, o mais velho, foi um dos mais atuantes congressistas da oposição ao regime militar. Foi senador, governador de Goiás, ministro e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Faleceu após um derrame fulminante e deixou uma legião de admiradores. Adhemar foi deputado federal, secretário de estado e prefeito de Anápolis. Onaide Santillo, esposa de Adhemar também foi deputada estadual. Romualdo, o irmão caçula foi deputado estadual, atuante e respeitado, porém sem o mesmo brilho dos irmãos mais velhos.<br />
<br />
Ainda no exercício do poder há uma família inteira na política de Goiás. O líder é o conselheiro do TCE, Sebastião Tejota, que foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa. Sua esposa, Betinha, também foi deputada estadual. Ela não disputou novo mandato em 2010 e a família lançou o filho, Lincoln Tejota para o Legislativo. O irmão de Betinha, Alfredo Bambu é vereador em Goiânia e com aspirações maiores para manter o nome da família na política.<br />
<br />
<b>Carreira em casa</b><br />
<br />
Outra família anapolina se destaca atualmente na política goiana. Os irmãos Antônio Roberto Gomide e Rubens Otoni Gomide militam juntos no PT e gozam de prestígio na política regional. Antônio foi vereador na cidade e atualmente é o prefeito de Anápolis, bem avaliado e com chances reais de ganhar a reeleição já no primeiro turno com grande votação. Sua administração é elogiada até por adversários e premiada por políticas públicas de sucesso. Rubens foi deputado estadual e é deputado federal pelo terceiro mandato.<br />
<br />
O casal Iris Rezende e Iris de Araújo estão na vida conjugal há quase meio século e na vida pública quase isto também. Iris, o marido, foi praticamente tudo em política: vereador, prefeito de Goiânia, governador por dois mandatos, ministro e senador por Goiás. É um ícone que curiosamente não repassou para filhos ou irmãos a paixão pela política. Iris a esposa foi senadora e é deputada federal pelo segundo mandato. Sua desenvoltura mostrou ter brilho próprio e não ser mera coadjuvante do marido.<br />
<br />
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, legou ao filho, Daniel Vilela a paixão pela política. Maguito foi deputado estadual, federal, senador e está à frente de Aparecida disputando a reeleição. Daniel foi vereador e é deputado estadual pelo mesmo partido do pai, o PMDB. A família Vilela tem outros dois expoentes na Câmara Federal: Leandro e Leonardo, que não são cantores. O curioso é que Leandro é do PMDB, enquanto que o primo Leonardo é destaque do arquirrival PSDB, tendo até presidido o partido em Goiás.<br />
<br />
Pai e filho também estão no PTB. Jovair Arantes e Henrique Arantes seguem o mesmo padrão de familiaridade na disputa por votos. Jovair foi vereador, deputado estadual, é deputado federal e disputa a Prefeitura de Goiânia. Henrique seguiu os passos do pai até nos cargos: foi vereador e é deputado estadual licenciado para auxiliar no Executivo.<br />
<br />
Há outros casos de familiares que se digladiam na política. Em Catalão a família é uma só: Faiad. Mas os primos Jardel Sebba e Adib Elias são igual cão com gato. Se encontrar um com o outro sai faísca e alguns imprompérios. Ambos disputam a prefeitura da cidade com uma gana que beira a arena de gladiadores. A esposa de Adib, Adriete Elias é deputada estadual pela segunda vez e auxilia o marido na campanha de Catalão.<br />
<br />
<b>Panelinha</b><br />
<br />
O publicitário e diretor do instituto de pesquisas Grupon, Mario Rodrigues Filho explica que a facilidade de entrar na política depois que outro parente já está na disputa facilita a vida de candidatos, mas pode ser um caminho perigoso.<br />
<br />
“Fica sempre a impressão para as pessoas de que o exercício de um mandato é algo rentável e que querem a panelinha só para a família, coisa que a população tende a rejeitar”, frisa.<br />
<br />
Mario explica que a facilidade de um se acoplar ao outro pode ser o outro gume da faca que apresenta grande risco de ferir o segundo candidato e que uma certa independência precisa ser mostrada para não permitir comentários mais desabonadores.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8864298239446510424.post-79699922127536876122012-09-25T08:47:00.000-03:002012-09-25T08:47:07.056-03:00Furando o bloqueio do MDB de Luziânia<br />
Estamos contando um pouco da política em Goiás, especialmente em Anápolis, no período difícil da ditadura de 1964. Escolhidos os candidatos que representariam o MDB nas eleições de 1978, à cadeira que seria disputada junto ao eleitorado goiano, foram realizados os acordos para o fortalecimento das duas candidaturas escolhidas na convenção do Partido. Ambos eram muito conhecidos das lideranças municipais. Por ser representante da região do Entorno de Brasília (nascera em Formosa) Juarez Bernardes era mais conhecido que Henrique Santillo nos municípios próximos a Brasília.<br />
<br />
Luziânia, contando com distritos, hoje os municípios de Água Lindas; Santo Antônio do Descoberto; Novo Gama, Cidade Ocidental e Valparaíso, lançaria pela primeira vez um candidato da cidade pelo MDB, a deputado estadual. O escolhido foi o ex-vereador Joaquim Domingos Roriz. Empresário do ramo de material de construção em Brasília, não era do nosso relacionamento pessoal.<br />
<br />
A mesma reunião do diretório municipal que lançou Joaquim Roriz a deputado estadual, fechou questão em favor de Juarez Bernardes para o Senado. Os demais diretórios do MDB, em todas as regiões do Estado, tinham suas preferências particulares, mas não fecharam as portas para o outro corrente do Partido. Em Luziânia foi diferente: foi fechado o apoio do diretório emedebista a Juarez Bernardes e as portas fechadas à candidatura de Henrique Santillo na região.<br />
<br />
Contávamos, na cidade, com o apoio do saudoso vereador Carlos Melo que, semanalmente, comparecia a Brasília, na Câmara Federal, relatando-me as dificuldades que enfrentava para abrir uma brecha em favor de Henrique na região. Como Joaquim Roriz tinha que buscar apoio à sua candidatura a deputado estadual, Carlos Mello, o Carlinhos, sugeriu que conversássemos com Zequinha, irmão de Roriz, político experiente e que já fora prefeito em Luziânia, para tentarmos um acordo, abrindo espaço em alguns municípios que nos apoiavam, para que apoiassem, também, a Joaquim Roriz. Eu, Carlos Melo e Zequinha, almoçamos na Churrascaria Gaúcha, do Shopping de Brasília. Acertamos que conseguindo apoio de alguns diretórios municipais à candidatura de Joaquim Domingos Roriz, o diretório municipal do MDB de Luziânia, reconheceria Juarez Bernardes e Henrique Santillo como candidatos ao senado, democratizando a ação política no município.<br />
<br />
Não solicitei apoio à minha candidatura a deputado federal. Nem pedi ao diretório de Luziânia que apoiasse só Henrique Santillo. Meu pedido foi no sentido de que não fechassem as portas da região a Henrique Santillo. Aceitaram o acordo. Mesmo assim, acordando que Henrique Santillo fosse aceito, democraticamente, pelo partido na região, faziam questão de ressaltar que tinham preferência por Juarez Bernardes. Imediatamente após o acordo procurei os companheiros de Alexânia, Corumbá de Goiás, Leopoldo de Bulhões, Vianópolis, Orizona, Pires do Rio, Goiatuba e Itapaci, cujos diretórios do MDB ficaram com a candidatura Roriz, a deputado estadual.<br />
<br />
Em Goiânia montamos um esquema com líderes comunitários, lideranças universitárias e alguns comerciantes. Joaquim Roriz contava só comigo para o sua campanha política em todo o Estado. Depois que o trabalho se consolidou, fomos (Henrique e eu), a Luziânia. Pessoal satisfeito com a forma que trabalhei a candidatura de Joaquim Roriz, nos recebeu em festa. No mesmo encontro, o advogado Hélio Roriz, que se candidatara a deputado estadual no pleito anterior, ficando nas primeiras suplências do MDB, foi convidado por Henrique para ser seu suplente. Aceitou o convite... (Continua)<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/04917749546624428552noreply@blogger.com0